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Investigação

Delegado preso por mortes envolvendo Marielle exigiu condições para acobertar mandantes


Reprodução/Internet

O caso Marielle Franco, que chocou o Brasil e o mundo em 2018, teve um novo capítulo revelador com a prisão do ex-Diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa. Segundo documentos obtidos pela investigação, Barbosa não só tinha conhecimento do plano para assassinar a vereadora, mas também fez exigências para acobertar os verdadeiros mandantes do crime.

O delegado Barbosa, que ocupava um cargo de grande influência na época do assassinato, teria desempenhado um papel crucial para obstruir as investigações e garantir que os mandantes não fossem descobertos. Entre suas exigências, destacou-se a condição de que o assassinato não ocorresse durante o trajeto de deslocamento de Marielle ou em direção à Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Os detalhes do envolvimento de Barbosa foram revelados em documentos que também citaram os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão como participantes do plano. Segundo as autoridades, Barbosa teria colaborado ativamente na preparação do crime, contribuindo para a construção do plano de execução e garantindo que não houvesse intervenção policial.

Além disso, Barbosa teria recebido pagamentos em dinheiro em troca de sua participação no plano, visando também ganhos políticos pessoais. Sua ascensão ao cargo máximo da Polícia Civil fluminense em meio aos eventos que culminaram na morte de Marielle levanta questões sobre possíveis conexões entre seu envolvimento no crime e sua nomeação para o cargo.

O plano para assassinar Marielle teria sido arquitetado em 2017, motivado pela insatisfação dos irmãos Brazão com as ações da vereadora contra as milícias e a grilagem de terras na área de Oswaldo Cruz. Em uma reunião, ficou estabelecido que uma pessoa seria infiltrada no Psol para fornecer informações sobre a vereadora e seus movimentos.

Ronnie Lessa, um miliciano envolvido no plano, foi apontado como um dos executores do assassinato, prometendo herdar terrenos e controlar atividades ilícitas em troca de sua participação. Documentos revelam que Barbosa se encontrou com Lessa e insistiu que o assassinato não ocorresse durante o trajeto de Marielle, temendo repercussões políticas.

A noite do crime foi meticulosamente planejada, com Lessa e outro participante do plano, Elcio Vieira de Queiroz, seguindo Marielle até um evento onde ela estava presente. Após esperarem o momento certo, eles emparelharam com o veículo da vereadora e dispararam dezenas de tiros, ceifando a vida de Marielle e seu motorista Anderson Gomes.

O envolvimento do delegado Barbosa lança luz sobre a complexidade e a profundidade do crime que tirou a vida de Marielle Franco, uma figura pública e ativista conhecida por sua luta pelos direitos humanos e contra a violência policial. A prisão de Barbosa e a continuidade das investigações prometem trazer mais respostas sobre os verdadeiros responsáveis por esse ato hediondo e sobre as redes de corrupção e crime organizado que permeiam o cenário político do Rio de Janeiro.

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