Pablo Marçal, candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, declarou nesta terça-feira (8) que seu apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno dependerá de uma retratação pública e da inclusão de propostas de seu plano de governo. Marçal, que obteve 28,14% dos votos válidos no primeiro turno, fez a declaração durante uma coletiva de imprensa em Barueri, na Grande São Paulo.
Embora tenha feito um aceno em direção a Ricardo Nunes, Marçal foi claro ao estabelecer suas condições. Ele exigiu que Nunes e seus aliados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e o pastor Silas Malafaia, se retratem publicamente por acusações que considera caluniosas. Segundo o ex-candidato, foi injustamente associado ao crime organizado durante a campanha.
> "Se houver uma retratação de Silas, Bolsonaro, Eduardo [Bolsonaro], Nunes e Tarcísio, aí podemos começar a conversar", afirmou Marçal. "Além disso, quero que eles se comprometam com pontos essenciais do meu plano de governo, como educação financeira, profissões do futuro, tecnologia e escolas olímpicas."
Marçal ainda acrescentou que o que foi feito contra ele durante a campanha foi uma "covardia", referindo-se às acusações de envolvimento com o PCC e outros crimes que considera absurdas.
Ricardo Nunes, que disputa a reeleição contra Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno, afirmou em declarações anteriores que não aceitará o apoio de Marçal em seu palanque, mesmo reconhecendo que precisará conquistar os votos dos eleitores do ex-candidato. No entanto, diante da resposta condicionada de Marçal, a equipe de Nunes optou por não se manifestar sobre o assunto.
Segundo Marçal, o governador Tarcísio de Freitas teria ligado para Filipe Sabará, chefe da campanha de Marçal, pedindo que o convencesse a apoiar Nunes no segundo turno. Esse contato sugere que, apesar da aparente rejeição pública, há interesse nos bastidores pela possibilidade de união entre as campanhas para vencer o pleito.
Durante a coletiva, Marçal revelou que já foi procurado por quatro partidos que o convidaram a se filiar, indicando que mudanças podem estar à vista em sua carreira política. Ele também reafirmou sua intenção de disputar eleições maiores no futuro, já projetando uma candidatura a governador ou presidente em 2026.
> "Em 2026, eu vou ser candidato, seja ao governo de São Paulo ou à presidência da República", declarou o empresário, demonstrando confiança em seus planos futuros.
No primeiro turno, Marçal conquistou uma expressiva terceira colocação, com 28,14% dos votos válidos, equivalente a 1.719.274 eleitores. Sua campanha se destacou por propostas de renovação política e temas voltados para empreendedorismo, educação financeira e tecnologia. Contudo, enfrentou ataques e controvérsias ao longo da corrida eleitoral, principalmente da ala ligada a Bolsonaro e de apoiadores de Ricardo Nunes.
Agora, no cenário do segundo turno, o apoio de Marçal pode ser decisivo para Nunes, que busca se reeleger em uma disputa acirrada contra o candidato de esquerda Guilherme Boulos. As próximas semanas definirão se os dois lados chegarão a um acordo, ou se as divergências entre Marçal e Nunes permanecerão.