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Política

Eleitores brasileiros priorizam figuras políticas em vez de categorias ideológicas tradicionais, aponta pesquisa

Estudo revela que 40% dos brasileiros não se identificam com espectros tradicionais como esquerda, direita ou centro, e preferem escolher líderes com base em suas necessidades imediatas


Imagem: Ilustração

À medida que as eleições municipais se aproximam, cresce o debate sobre a relevância de ideologias políticas no Brasil. Uma pesquisa recente realizada pelo DataSenado em parceria com a Nexus revela que 40% dos eleitores brasileiros não se identificam com as categorias políticas tradicionais, como esquerda, centro ou direita. O levantamento mostra que esse padrão se mantém inalterado entre diferentes grupos, independentemente de religião, raça, gênero ou classe social.

Segundo a cientista política Denilde Oliveira Holzhacker, a razão por trás dessa tendência é, em parte, o desconhecimento da população em relação às classificações ideológicas.

"O debate político no Brasil tem se distanciado das representações tradicionais, como os partidos, e a falta de interesse por aprofundamento político é reflexo de uma descrença no sistema", analisa Denilde, professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

A pesquisa destaca a preferência por líderes políticos em vez de adesões ideológicas, um fenômeno que se reflete no apoio a figuras como Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

"Esse cenário evidencia uma personalização da política, onde eleitores se identificam mais com indivíduos do que com partidos ou correntes ideológicas. Muitos políticos, inclusive, se distanciam de rótulos ideológicos, colocando-se como representações dos interesses de grupos específicos", complementa Denilde.

O cientista político Rafael Machado Madeira ressalta que, no Brasil, os próprios partidos contribuem para esse fenômeno, ao se desassociarem de rótulos ideológicos em função de fatores históricos e contextuais, como a associação da direita com o regime militar. Ele exemplifica que as pautas econômicas e sociais dominam as eleições, movendo os eleitores entre diferentes campos ideológicos, conforme suas necessidades e demandas imediatas.

O estudo sugere que a dinâmica das disputas políticas no país molda o significado de "direita" e "esquerda" conforme as circunstâncias históricas, e isso influencia diretamente a forma como os eleitores se posicionam nas urnas.

Com essa nova realidade, o desafio para os partidos e candidatos brasileiros é estabelecer conexões diretas com os eleitores, abordando as questões que mais importam, sem depender de classificações ideológicas tradicionais.





Com informações da Agência Brasil

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