Farmácias em São Paulo enfrentam uma série de assaltos perpetrados por quadrilhas especializadas, que têm como alvo principal os medicamentos de alto custo, especialmente as canetas utilizadas no tratamento da obesidade.
De acordo com a polícia, os remédios roubados são posteriormente comercializados na internet.
Recentemente, um receptador foi preso com uma grande quantidade de produtos roubados. O programa Fantástico, exibido neste domingo (17), mostrou cenas desses crimes. "Eles agem com rapidez", diz delegado
Em um dos incidentes registrados, dois homens encapuzados invadiram uma farmácia por volta das 21h. Além de dinheiro e celulares, os assaltantes visavam especificamente os medicamentos armazenados em uma geladeira.
Segundo Pedro Ivo Correa dos Santos, delegado de polícia da DEIC, esses criminosos atuam com extrema agilidade e possuem amplo conhecimento sobre o funcionamento interno das farmácias.
"Operam com rapidez. Permanecem dentro da farmácia por apenas 1, 2, 3 minutos no máximo. Eles conhecem detalhadamente o funcionamento de uma farmácia por dentro e buscam especificamente esses medicamentos", afirma o delegado.
Onda de assaltos direcionados
Farmácias em diferentes regiões de São Paulo têm sido alvo dessas quadrilhas. Além de ataques no Centro, na Zona Leste e na Zona Norte da cidade, pelo menos oito roubos foram registrados na Zona Sul nos últimos meses. Algumas farmácias foram assaltadas repetidamente, indicam investigações.
A preocupação das autoridades é que os roubos não se limitam apenas a dinheiro. Os criminosos têm buscado principalmente remédios para emagrecimento e psiquiátricos, como os medicamentos para transtorno de déficit de atenção, que têm alto valor no mercado.
Venda online por valores mais baixos e riscos à eficácia
Embora os produtos sejam vendidos online por preços mais baixos, as autoridades alertam para a perda de eficácia quando não são armazenados adequadamente.
"Eles anunciam e vendem sem nenhum controle ou cuidado. Um dos criminosos presos recentemente estava com dezenas desses medicamentos em uma sacola, fora da refrigeração. Certamente, esses medicamentos perderam eficácia", destaca o delegado.
Falta de suporte para trabalhadores após incidentes
Renata Pereira, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo, ressalta a ausência de medidas preventivas e de suporte para os trabalhadores após esses incidentes violentos.
"Não há medidas de prevenção nem suporte após o ocorrido. Os trabalhadores se sentem completamente desamparados pela empresa, pois o ato é extremamente violento. É necessário fornecer apoio psicológico a esses funcionários."
Fonte: * Com informações do Fantástico / Rede Globo