Polícia Federal desmantela organização criminosa responsável por disseminação de fake news eleitoral no Rio de Janeiro

Por RL em Foco em 12/09/2024 às 23:14:19
Imagens da internet

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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (12) a "Operação Teatro Invisível", com o objetivo de desarticular uma quadrilha envolvida na disseminação de notícias falsas durante campanhas eleitorais no estado do Rio de Janeiro. A ação teve como foco combater um esquema que atuava em 13 cidades, influenciando o resultado das eleições municipais para favorecer determinados candidatos a prefeito.

A operação, conduzida pela Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais em parceria com o Ministério Público Eleitoral, revelou um sofisticado esquema de manipulação de eleitores, que já estaria em funcionamento desde 2016. Segundo as investigações, a organização criminosa usava estratégias para espalhar desinformação em ambientes públicos, como bares e mercados, além de inundar redes sociais com conteúdos falsos. O impacto direto dessas ações no processo eleitoral levanta sérias preocupações sobre a integridade das eleições nas cidades envolvidas.

O esquema de fake news afetava eleitores em diversas regiões do estado do Rio de Janeiro. Entre as cidades citadas no inquérito estão Araruama, Belford Roxo, Cabo Frio, Carapebus, Guapimirim, Itaguaí, Itatiaia, Mangaratiba, Miguel Pereira, Paracambi, Paraty, São João de Meriti e Saquarema. A quadrilha atuava em coordenação com candidatos locais, buscando manipular a opinião pública e distorcer a verdade em prol de interesses políticos.

Na execução da operação, a Polícia Federal cumpriu diversos mandados de prisão preventiva, além de realizar buscas e apreensões, conforme determinado pela 8ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro. Entre os itens apreendidos estão R$ 188 mil em dinheiro, veículos de luxo e dispositivos eletrônicos, que serão analisados como parte das investigações. O bloqueio de até R$ 1 milhão em bens dos suspeitos também foi determinado pela Justiça.

As investigações apontam que os membros da organização recebiam pagamentos mensais para espalhar desinformação. Aqueles contratados para divulgar as notícias falsas recebiam em média R$ 2 mil por mês, enquanto os coordenadores da operação, que também ocupavam cargos em prefeituras, recebiam até R$ 5 mil. Durante os períodos eleitorais, esses coordenadores deixavam temporariamente suas funções públicas, sendo substituídos por "laranjas" para evitar suspeitas e garantir a continuidade do esquema.

A quadrilha utilizava relatórios detalhados para monitorar o desempenho da operação, contabilizando o número de eleitores abordados e os votos que teriam sido desviados para o candidato favorecido. Embora a base das operações estivesse localizada em São João de Meriti, as atividades criminosas se espalhavam por outras cidades do estado, incluindo Belford Roxo, Mangaratiba e Paraty.

Os investigados agora enfrentam acusações graves, que incluem crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e assédio a servidores públicos. Além disso, as autoridades também descobriram desvios de funcionários fantasmas, que eram utilizados para operar a disseminação de fake news sem levantar suspeitas.

As investigações continuam em andamento, com a Polícia Federal analisando os materiais apreendidos e buscando identificar todos os envolvidos no esquema. A ação visa não apenas responsabilizar os membros da quadrilha, mas também garantir a transparência e a justiça no processo eleitoral das cidades atingidas.

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