O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, faleceu nesta quarta-feira (11) aos 86 anos, após enfrentar uma longa batalha contra o câncer. A notícia foi confirmada por sua filha, Keiko Fujimori, por meio de um comunicado público. "Nosso pai lutou bravamente contra sua doença e agora descansa em paz. Pedimos orações por sua alma e agradecemos a todos pelo apoio", declarou a família.
Fujimori, que governou o Peru entre 1990 e 2000, foi uma figura controversa no cenário político latino-americano. Durante seu mandato, ele conseguiu estabilizar a economia do país e combater o terrorismo, mas sua gestão foi marcada por denúncias de corrupção e graves violações de direitos humanos. Em 2009, foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade, sendo responsabilizado por massacres ocorridos durante seu governo.
Recentemente, em 2023, Fujimori foi solto após um habeas corpus concedido pelo Tribunal Constitucional peruano. Antes disso, ele havia recebido perdão presidencial em 2017, mas a decisão foi posteriormente anulada pela Corte Interamericana de Justiça, o que resultou em seu retorno à prisão.
A saúde do ex-presidente vinha se deteriorando nos últimos anos. Além do câncer de língua, que foi diagnosticado em maio deste ano, Fujimori sofria de diversas condições, como hipertensão, artrose e problemas respiratórios. Ele estava sob cuidados médicos constantes na casa de sua filha, no bairro de San Borja, em Lima, onde faleceu.
A trajetória de Fujimori foi marcada por altos e baixos. Ele chegou ao poder em 1990, derrotando o escritor Mario Vargas Llosa nas urnas, e logo foi elogiado por conter a hiperinflação e combater o grupo terrorista Sendero Luminoso. No entanto, seu governo foi manchado por um autogolpe em 1992, quando dissolveu o Congresso e centralizou o poder.
Em meio a uma onda de acusações de corrupção e abusos de poder, Fujimori fugiu para o Japão, onde viveu em exílio por sete anos. Foi capturado em 2005 no Chile e extraditado para o Peru, onde enfrentou julgamento por suas ações no poder. Condenado pelos assassinatos de 25 civis, ele passou anos preso antes de sua liberação no ano passado.
O governo peruano divulgou um comunicado oficial lamentando a morte de Fujimori, prestando condolências à família e reconhecendo seu impacto na história do país. Ainda não há confirmação oficial sobre as honras de Estado que serão concedidas ao ex-presidente, mas fontes indicam que o governo seguirá os protocolos estabelecidos.
Fujimori deixa quatro filhos e cinco netos. Sua filha, Keiko Fujimori, que também já disputou a presidência do país três vezes, se manifestou pedindo respeito à privacidade da família durante este momento de luto.