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Contaminação por HIV

Falha em exames de doadores de órgãos expõe pacientes transplantados ao HIV no Rio de Janeiro

Erro de laboratório infecta seis pacientes após transplantes de órgãos; investigação analisa mais de 280 amostras para identificar possíveis novos casos


Imagem: Ilustração / Internet

A vida de um idoso, que aguardava ansiosamente por um transplante de fígado, tomou um rumo inesperado e trágico. Ele está entre os seis pacientes no Rio de Janeiro que contraíram o vírus HIV após receber órgãos transplantados infectados, uma falha atribuída ao laboratório PCS Lab Saleme. Em entrevista à Band, o filho do paciente relatou o impacto emocional ao descobrir que, além de lidar com a recuperação do transplante, o pai agora precisa conviver com uma doença crônica. "Ele vai conviver com esse vírus até o final da vida", lamentou o filho.

O paciente, que recebeu um fígado em maio deste ano após dois meses na fila de espera, só descobriu que estava infectado com o HIV após orientações médicas para realizar testes. "Foi um choque", afirmou o filho ao recordar o momento em que o diagnóstico positivo veio à tona.

A falha histórica está sendo investigada pelas autoridades de saúde do estado, e cerca de 288 amostras de doadores, colhidas entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, estão sendo reanalisadas para verificar se outros receptores de órgãos foram infectados. A suspeita é de que a testagem inicial realizada pelo laboratório tenha sido comprometida, uma vez que exames realizados na época pelos doadores indicaram resultados negativos para HIV, enquanto novas análises revelaram que dois deles eram soropositivos.

A Secretaria Estadual de Saúde já notificou cerca de 600 pacientes que receberam transplantes de rins, fígado e coração, informando-os sobre a reavaliação de seus casos. A expectativa é que os resultados das novas testagens sejam divulgados no início da próxima semana.

Além dos transplantes, a falha no PCS Lab Saleme também levantou suspeitas sobre possíveis irregularidades em exames de sangue realizados no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, onde o laboratório prestava serviços. O caso, sem precedentes, coloca em xeque a qualidade e confiabilidade dos exames realizados pelo laboratório, que atendia 11 unidades estaduais de saúde.


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