Neguinho da Beija-Flor não é apenas um nome; é um símbolo. Sua voz inconfundível e o icônico grito "Olha a Beija-Flor aí, gente!" transformaram cada desfile da escola em um espetáculo único, carregado de emoção e energia contagiante. Desde que assumiu o posto de intérprete oficial, em 1976, ele se tornou a alma sonora da Beija-Flor, sendo responsável por embalar as multidões com sambas-enredos inesquecíveis.
Além de sua performance inigualável como puxador de samba, Neguinho também deixa um legado como compositor. Ele foi responsável, sozinho ou em parcerias, por criar clássicos como "Sonhar com Rei Dá Leão" (1976) e "A Criação do Mundo na Tradição Nagô" (1978), obras que marcaram gerações e perpetuaram a história da Beija-Flor no cenário do samba.
"Neguinho sempre será a voz da alegria, mas é impossível não sentir tristeza ao imaginar os desfiles sem ele no microfone principal", comentou um membro da comunidade da Beija-Flor.
A conexão de Neguinho com a Beija-Flor é tão intensa que muitos o comparam ao papel desempenhado por Jamelão (1913–2008) na Mangueira. Assim como Jamelão se tornou sinônimo de Mangueira, Neguinho será sempre o símbolo sonoro da Beija-Flor, mesmo longe do microfone oficial.
Essa relação vai além da música: está enraizada na cultura, na história e até no próprio nome artístico, que carrega a agremiação como um selo de identidade.
"É um ciclo que se encerra, mas Neguinho é eterno. Ele jamais deixará de ser a voz da Beija-Flor", reforçou um fã da escola.
A aposentadoria de Neguinho marca o fim de uma era, mas também celebra uma trajetória de talento, dedicação e amor ao samba. Se o Carnaval é o palco da alegria, Neguinho da Beija-Flor será sempre sua melodia mais marcante.