Apesar das tensões recentes entre Brasil e Venezuela, o governo de Nicolás Maduro expressou solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e condenou o ataque terrorista que abalou Brasília na quarta-feira (13). Em um comunicado oficial, o governo venezuelano repudiou a ação que visava desestabilizar o país e manifestou apoio ao presidente brasileiro e ao povo do Brasil.
"A República Bolivariana da Venezuela expressa sua enérgica condenação aos atentados de 13 de novembro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que buscam abalar a paz do governo e suas instituições. Manifestamos nossa total solidariedade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o povo brasileiro", declarou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
O governo de Maduro associou o atentado à "onda fascista e antidemocrática" promovida pela "extrema direita mundial", que, segundo o comunicado, procura desestabilizar a América Latina. A mensagem venezuelana destaca ainda que o país mantém seu compromisso com a paz e condena qualquer tentativa de ameaça à estabilidade regional.
A demonstração de solidariedade ocorre em um contexto de relações fragilizadas entre os dois governos. Os atritos recentes se intensificaram após o Brasil vetar a entrada da Venezuela no grupo dos BRICS, durante a última cúpula do bloco. Maduro reagiu com críticas a Lula, chegando a compará-lo ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a fazer ameaças através da Polícia Nacional Bolivariana.
Apesar das desavenças, o chanceler brasileiro Mauro Vieira declarou que o diálogo entre Brasil e Venezuela segue em andamento e que o governo brasileiro não planeja romper as relações diplomáticas com o país vizinho. Segundo Vieira, o Brasil continua comprometido com a manutenção de laços pacíficos na região.
A manifestação de apoio de Maduro reforça a complexa dinâmica diplomática entre os dois países, que, embora enfrentem divergências políticas, mantêm uma cooperação regional estratégica em meio a desafios comuns.