Na noite desta quarta-feira (9), o furacão Milton atingiu a costa da Flórida com ventos de até 205 km/h, provocando uma onda de destruição e caos. Classificado inicialmente como categoria 5, o fenômeno causou grandes danos, como quedas de árvores, inundações severas e interrupção de serviços essenciais, segundo informações do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
De acordo com o órgão, a tempestade chegou à costa por volta das 21h30, trazendo ventos de altíssima intensidade, que derrubaram redes elétricas, deixando mais de 1,3 milhão de imóveis sem energia elétrica. "Os danos podem ser catastróficos. Casas e estruturas podem não resistir à força dos ventos e às enchentes que devem atingir até 4 metros acima do normal", alertaram meteorologistas do NHC.
Com o avanço da tempestade, as autoridades se mobilizaram rapidamente. O presidente Joe Biden emitiu uma declaração de emergência, enviando equipes da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) para auxiliar nos trabalhos de socorro. Em pronunciamento, Biden destacou o potencial de destruição do furacão e adiou compromissos internacionais para monitorar de perto a situação.
"Este pode ser o pior furacão a atingir a Flórida em mais de 100 anos. Nossa prioridade agora é proteger vidas e garantir que todos tenham acesso aos recursos necessários para enfrentar esse desastre", afirmou o presidente.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, também se pronunciou, reforçando os pedidos para que a população siga as ordens de evacuação. "Não subestimem o Milton. O furacão continua extremamente perigoso, apesar da perda de força nas últimas horas", disse DeSantis, referindo-se à queda da intensidade dos ventos, que, por volta das 22h, chegaram a 185 km/h.
Mais de um milhão de pessoas foram instruídas a deixar suas casas, especialmente nas áreas mais vulneráveis, como a Baía de Tampa, que deve ser uma das mais afetadas. A cidade, com aproximadamente 3 milhões de habitantes, enfrenta congestionamentos massivos desde terça-feira (8), quando milhares de residentes fugiram para áreas mais seguras ou procuraram abrigos emergenciais.
Essa evacuação em massa também levou à escassez de combustíveis, com muitos postos sem gasolina para abastecer a população que tenta escapar das regiões mais afetadas. Em Tampa e Orlando, aeroportos foram fechados, e os principais parques temáticos, incluindo Disney e Universal, interromperam suas atividades por precaução.
Os cientistas classificam a atual temporada de furacões no Atlântico como uma das mais incomuns já registradas. De acordo com especialistas, o aquecimento dos oceanos, combinado com o fenômeno climático La Niña, tem gerado tempestades de intensificação rápida, como foi o caso de Milton. Em apenas 46 horas, o furacão passou de uma tempestade tropical para categoria 5, um dos aumentos mais rápidos já documentados.
A Flórida ainda está em fase de recuperação dos estragos causados pelo furacão Helene, que, no final de setembro, deixou um rastro de destruição e várias mortes. Agora, com a chegada de Milton, a preocupação é com os impactos prolongados na infraestrutura do estado.
Embora tenha perdido força ao longo da noite, o furacão Milton ainda representa uma ameaça significativa. A expectativa é que nas próximas horas ele continue a se enfraquecer, mas não antes de causar grandes prejuízos em diversas partes da Flórida. As autoridades permanecem em alerta máximo e pedem à população que se mantenha segura e siga todas as recomendações das equipes de emergência.
O cenário para os próximos dias é de recuperação e reconstrução, com foco em restaurar a normalidade nas regiões mais afetadas.
Resumo dos impactos do furacão Milton:
- Ventos de até 205 km/h atingiram a Flórida na noite de quarta-feira (9);
- Mais de 1,3 milhão de imóveis sem energia elétrica;
- Maré pode subir até 4 metros, causando inundações severas;
- Evacuação em massa de mais de 1 milhão de pessoas;
- Cientistas alertam para uma temporada de furacões atípica e de intensificação rápida.
A Flórida enfrenta mais uma vez a força devastadora da natureza, mas a mobilização das autoridades e a resiliência da população dão esperança para dias melhores.