Em uma votação no plenário realizada nesta terça-feira (8), o Senado Federal aprovou a nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. O economista, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 66 votos favoráveis e apenas cinco contrários, confirmando sua ascensão ao cargo que até então era ocupado por Roberto Campos Neto, nomeado em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro.
Antes da votação no plenário, Galípolo passou por uma sabatina conduzida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Durante a sessão, que resultou em aprovação unânime de seu nome na comissão, foram discutidos temas sensíveis à política econômica do país, como a autonomia do Banco Central, a gestão da taxa de juros, o combate à inflação e o impacto social de vícios relacionados a apostas esportivas, conhecidas como "bets".
A questão da independência do Banco Central foi uma das mais exploradas pelos senadores, especialmente diante da proximidade de Galípolo com o governo Lula, que já manifestou críticas à condução da política monetária pelo atual comando da instituição. Galípolo, no entanto, reforçou seu compromisso com a manutenção da autonomia da instituição e destacou a necessidade de uma política monetária que promova o equilíbrio econômico.
Gabriel Galípolo, de 42 anos, vem consolidando sua presença no cenário econômico brasileiro nos últimos anos. No início da gestão de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, ele atuou como secretário-executivo, sendo uma figura chave nas decisões econômicas do governo até sua saída em junho de 2023. Desde então, Galípolo ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central, experiência que o preparou para assumir o comando da instituição.
Com vasta experiência na área econômica, Galípolo possui um histórico de atuação no setor privado e público, onde consolidou sua reputação como um economista de perfil técnico, mas com forte ligação política. Sua nomeação para a presidência do Banco Central representa uma transição importante em um momento em que o governo Lula busca ajustar a condução da política monetária com suas prioridades de crescimento econômico e combate à desigualdade.
A aprovação de Galípolo chega em um momento crucial para o Banco Central, que enfrenta o desafio de equilibrar o controle da inflação com a manutenção de taxas de juros que estimulem a retomada do crescimento econômico. O novo presidente terá de lidar com pressões tanto do governo quanto do setor financeiro para alinhar a política monetária com os objetivos fiscais e de desenvolvimento do país.
Entre suas principais missões, destacam-se a gestão das taxas de juros, que têm sido alvo de críticas pelo impacto negativo no crescimento econômico, e a busca por formas de controlar a inflação sem prejudicar o consumo e os investimentos no país. Além disso, a instituição também deverá se adaptar a um cenário de avanços tecnológicos e mudanças no sistema financeiro global.
Galípolo assumirá a presidência do Banco Central em um momento de grandes expectativas sobre a política econômica do governo Lula, com a missão de trazer estabilidade ao mercado, garantir o controle da inflação e, ao mesmo tempo, promover uma agenda de crescimento sustentável para o Brasil.