MPRJ prende 4 policiais civis por extorsão; propina ia por Pix ou em dinheiro vivo na delegacia

Segundo a denúncia, os agentes achacavam e ameaçavam empresários de Cabo Frio, na Região dos Lagos.

Por Marcelo Bruzzi em 21/09/2023 às 16:44:11

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu nesta quinta-feira (21), na Operação Achaque, 4 policiais civis por associação criminosa e extorsão. Segundo a denúncia, aceita pela Justiça, o bando recebia propina por Pix e até em dinheiro vivo dentro da delegacia.

De acordo com o MPRJ, os 4 agentes achacavam e ameaçavam empresários de Cabo Frio, na Região dos Lagos.

Os presos

  • Alcino Luiz Costa Pereira: preso em casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense;
  • Carlos Alberto Imbrahim Rolemberg: preso em casa, em São Pedro da Aldeia;
  • Carlos Anderson Bazilio Fontes: preso dentro da Delegacia de Atendimento à Mulher de Cabo Frio;
  • Sebastião Cotrim de Moraes: preso em casa, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.


O MPRJ afirma que os policiais civis abordavam na rua motoristas de caminhões-pipa ou de distribuidoras de gás com truculência — sempre com distintivo e até fuzis. Os policiais extorquiam dinheiro das vítimas e diziam que, se a propina não fosse paga, os veículos seriam apreendidos.

Os agentes recebiam os valores no Pix, no próprio CPF. Diversos comprovantes dos pagamentos foram recuperados pelos investigadores.

A denúncia afirma que os agentes também negociavam e recebiam propina dentro da Delegacia de Cabo Frio e da Delegacia de Atendimento à Mulher da cidade.

Alcino Pereira, um dos alvos da ação desta quinta, foi preso pela primeira vez no ano passado, na Operação Fim da Linha, que desarticulou uma quadrilha que cobrava propina de bingos clandestinos e casas de prostituição na cidade do Rio.

"Filhão, que horas tu tá em casa? Logo mais eu vou conversar com você. A gente tem que conversar. Dá um pulinho aqui, melhor, dá um pulinho aqui na DP pra gente conversar, tá?", disse Alcino para um dos achacados.

O que diz a Polícia Civil

"A Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) foi acionada pelo Ministério Público no início da operação e apoiou com os procedimentos inerentes à polícia judiciária. A CGPOL solicitou cópia dos procedimentos investigatórios para as providências disciplinares cabíveis. A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade."

Fonte: g1

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