O jornalista Glenn Greenwald, conhecido por seu trabalho investigativo, levantou novas acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma série de reportagens publicada na Folha de S. Paulo, Greenwald e seu colega Fabio Serapião alegam que Moraes utilizou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de maneira informal para conduzir investigações relacionadas ao inquérito das fake news, visando aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com os jornalistas, mensagens trocadas via WhatsApp entre o gabinete de Moraes e membros do TSE indicam que decisões judiciais, como o bloqueio de redes sociais e o cancelamento de passaportes de figuras ligadas ao bolsonarismo, foram tomadas sem seguir os ritos formais exigidos. As comunicações sugerem que o TSE teria sido utilizado como uma extensão do STF, operando fora de suas atribuições tradicionais, especialmente após os tumultuosos eventos de 8 de janeiro de 2023 e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022.
Essas alegações trazem à tona questões sobre a separação de poderes e o uso das instituições judiciais no Brasil. O jurista Fernando Fernandes, em resposta às acusações, defendeu as ações de Moraes, afirmando que, como relator do inquérito no STF, o ministro tem a autoridade de requisitar informações de qualquer órgão, inclusive autorizações para quebra de sigilos.
Greenwald, por sua vez, prometeu divulgar mais materiais nos próximos dias, incluindo áudios, textos e documentos que, segundo ele, revelam o que realmente aconteceu nos bastidores do STF e do TSE durante alguns dos momentos mais polêmicos da história recente do Brasil.
Essas revelações certamente acirrarão o debate sobre a atuação do Judiciário no país, especialmente no contexto das investigações e decisões envolvendo a polarizada política brasileira. A promessa de mais divulgações por parte de Greenwald mantém a expectativa sobre novos desdobramentos desse caso.