STF confirma prisão de cinco envolvidos em monitoramento ilegal pela Abin

Operação última milha desvenda esquema de espionagem com suposta conivência de ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem

Por RL em Foco em 12/07/2024 às 21:20:16
Imagens da internet

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão de cinco investigados na quarta fase da Operação Última Milha, realizada pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (11). A operação investiga o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente ministros do STF, políticos opositores e jornalistas, além de beneficiar filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Com a decisão, permanecerão detidos Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influenciador digital Rogério Beraldo de Almeida; Marcelo Araújo Bormevet, policial federal; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército. As prisões foram confirmadas após audiência de custódia conduzida por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, embora a justificativa para a manutenção das detenções ainda não tenha sido divulgada.

Segundo a PF, os cinco envolvidos participaram de um esquema de monitoramento ilegal, supostamente com o conhecimento do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Os investigadores indicam que o programa First Mile foi utilizado para a espionagem ilegal de autoridades do Judiciário, Legislativo, Receita Federal e jornalistas.

Em nota, Alexandre Ramagem negou qualquer atuação ilegal durante sua gestão na Abin. Ele afirmou que não houve monitoramento ilegal de autoridades e que os nomes mencionados na investigação apareceram apenas em mensagens de WhatsApp e conversas de outros investigados.

"Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas, na verdade, não. Não se encontram em First Mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade", afirmou Ramagem.

Ramagem também negou ter favorecido o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). De acordo com a PF, as ações clandestinas de monitoramento envolveram três auditores da Receita Federal que investigavam o esquema de rachadinha no gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual. "Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial", concluiu Ramagem.

Na quinta-feira, o senador Flávio Bolsonaro negou qualquer favorecimento e afirmou que a divulgação do relatório da PF tinha como objetivo prejudicar a candidatura de Ramagem à Prefeitura do Rio de Janeiro. "Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura do delegado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro", declarou o senador.

O ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre o caso até o momento.

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