Oposição pressiona governistas com pautas ideológicas em ano eleitoral

Por RL em Foco em 30/06/2024 às 23:50:57
Imagens da internet

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Em um cenário de proximidade com as eleições municipais, a oposição no Congresso Nacional tem intensificado a pressão sobre os governistas, colocando em destaque temas polêmicos como drogas, aborto e segurança pública. Essas pautas, frequentemente associadas à agenda ideológica, ganharam força no Legislativo, aproveitando-se do interesse do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em eleger um sucessor aliado.

A tática oposicionista tem criado um clima de apreensão entre os parlamentares da base governista, especialmente os mais progressistas, que buscam evitar desgastes políticos durante a corrida eleitoral. Para esquivar-se de possíveis prejuízos, esses deputados e senadores têm optado pelo silêncio em discussões sobre temas controversos.

Um exemplo marcante ocorreu durante a votação na Câmara do requerimento que acelerou o projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio. Patrocinada pela bancada evangélica, a urgência da pauta foi aprovada em apenas 23 segundos, sem qualquer manifestação contrária dos deputados. De forma semelhante, o projeto que restringiu as saídas temporárias de presos foi aprovado e enviado à sanção presidencial sem resistência significativa da base governista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou alguns dispositivos, mas o Congresso derrubou o veto.

Partidos de centro-esquerda, que têm pré-candidatos em grandes capitais, buscam evitar as armadilhas políticas da direita no Congresso. Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, Rogério Correia (PT) em Belo Horizonte e Maria do Rosário (PT) em Porto Alegre são alguns dos nomes da esquerda que disputarão prefeituras nas eleições deste ano.

Nos últimos meses, a Câmara dos Deputados tem sido palco de acordos para evitar votações nominais em temas polêmicos, protegendo, assim, os governistas de embates diretos e possíveis derrotas expressivas. Entre esses temas estavam a taxação de compras internacionais abaixo de US$ 50 e a urgência à proposta que pune mulheres que realizam aborto legal após a 22ª semana de gestação.

Entretanto, nem sempre foi possível evitar confrontos. Em fevereiro e março, os governistas foram pressionados na votação do projeto que restringia as saídas temporárias de presos. Embora o Planalto orientasse voto contrário, vários parlamentares alinhados ao governo votaram a favor da proposta, tanto na Câmara quanto no Senado, e na análise do veto presidencial.

A dinâmica política no Congresso Nacional segue intensa e marcada por estratégias que buscam equilibrar o avanço de pautas ideológicas com a necessidade de preservação eleitoral, especialmente em um ano decisivo para as eleições municipais.

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