Seguranças de Antonio e Manoela Peres impedem vice-prefeito de Saquarema de subir ao palanque montado para autoridades durante o desfile cívico em Sampaio Corrêa

A cena inusitada que marcou o desfile cívico em Saquarema revela um contexto político conturbado. Enquanto isso, denúncias de corrupção envolvendo a família Peres lançam sombras sobre a gestão municipal

Por Redação RL em Foco em 02/05/2024 às 20:43:50
Reprodução/Internet

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O distrito de Sampaio Corrêa, em Saquarema, foi palco de uma cena inusitada na tarde desta quarta-feira (01). A cidade, que completa 183 anos no próximo dia 08, deu início às comemorações de aniversário já no primeiro dia do mês, com um desfile cívico no terceiro distrito do município, reduto eleitoral da família Gomes, onde se criou o atual vice-prefeito da cidade Romulo Carvalho de Almeida, popularmente conhecido como "Romulo Gomes", filho do ex-deputado federal Lourival Gomes e irmão do vereador Roger Gomes, bem como todos os seus irmãos — lugar onde até hoje moram seus pais.

O vice-prefeito de Saquarema, Romulo Gomes, empresário de renome na região e figura pública respeitada, foi impedido de subir ao palanque montado para autoridades durante o desfile. O que torna o incidente ainda mais marcante é o contexto político em que ele se insere. Romulo Gomes tem sido uma voz crítica em relação à gestão municipal, liderada pela família Peres.



Os Peres, uma família com forte influência na política local, viram-se envolvidos em uma série de escândalos que lançaram sombras sobre sua reputação. Antonio Peres Alves, ex-prefeito da cidade em dois mandatos entre os anos 2000 e 2008, foi condenado por improbidade administrativa e esteve envolvido no escândalo dos sanguessugas, conhecido como máfia das ambulâncias.

Além disso, a atual prefeita de Saquarema, Manoela Peres, enfrenta denúncias de improbidade administrativa relacionadas a supostas fraudes em contratações por meio do programa municipal Conexão do Futuro, mostradas, recentemente, em uma série de reportagens do telejornal RJ1, da TV Globo.

O cunhado da prefeita, Cesar Peres Alves, abriu 2 empresas que logo após terem sido criadas ganharam R$ 20 milhões dos cofres municipais. O projeto "Conexão do Futuro" prevê gastar R$ 326 milhões com aulas de reforço e atividades extracurriculares para os alunos da rede municipal de educação de Saquarema.

Antonio Cesar Alves já chegou a ser preso numa operação que apurava fraude tributária na Prefeitura de Saquarema. Ele, que é acusado de lavagem de dinheiro, já foi sócio da prefeita Manoela Peres em duas empresas, segundo o Ministério Público do Rio.

Também recentemente, uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) mirou o ex-prefeito Antonio Peres Alves e o ex-presidente da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Ary Graça Filho. A operação apontou para fraudes tributárias, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, além de uma rede de empresas fantasmas em Saquarema.

As investigações do MPRJ revelaram um esquema complexo, envolvendo leis complementares que concediam benefícios fiscais abaixo do piso previsto na Constituição, criando empresas de fachada para evasão fiscal. O ex-presidente da CBV, Ary Graça Filho, é acusado de manipular o patrocínio do Banco do Brasil em favor próprio e do grupo criminoso.

Diante desse cenário de corrupção e práticas delituosas, o episódio envolvendo o vice-prefeito Romulo Gomes durante o desfile cívico ganha contornos de injustiça e abuso de poder. Romulo, que rompeu com a gestão dos Peres há meses, viu-se impedido de exercer seu papel representativo na celebração da cidade onde cresceu e construiu sua vida.



A comunidade de Saquarema clama por justiça e transparência. Enquanto isso, a prefeitura da cidade permanece em silêncio diante dos acontecimentos, deixando a população à espera de respostas e ações concretas para enfrentar a corrupção que assola a região.

O futuro político e social do município parece depender da capacidade de enfrentamento desses desafios e da restauração da confiança nas instituições locais.

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