Nos corredores da mineradora Vale, o clima de incerteza se intensifica à medida que o valor de mercado da empresa despenca, atingindo uma perda significativa de R$ 48,3 bilhões desde o início deste ano. Essa montanha-russa financeira coincide com um processo de sucessão conturbado, onde os bastidores revelam disputas e tentativas de influência.
A troca de presidência da companhia, que deveria trazer estabilidade e visão de futuro, tornou-se uma saga confusa, com tentativas de interferência governamental. Entre os episódios marcantes está a suposta tentativa do governo Lula de emplacar o ex-ministro Guido Mantega como o novo líder da empresa.
Os números, calculados por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, pintam um quadro sombrio para a Vale. Em um curto espaço de tempo, a empresa viu uma significativa queda em seu valor de mercado, levantando questões sobre sua direção e estratégia futura.
Na última sexta-feira (8), o Conselho de Administração da Vale tomou uma decisão crucial ao renovar o contrato do CEO Eduardo Bartolomeo até o final de 2024, estendendo seu mandato que originalmente terminaria em maio. No entanto, essa medida não aplacou as preocupações, mas sim as intensificou.
Agora, a Vale planeja uma nova etapa no processo de sucessão, contratando uma empresa de recursos humanos para formar uma lista tríplice de indicados. Porém, fontes próximas aos conselheiros alertam para um possível jogo de "cartas marcadas", suscitando dúvidas sobre a transparência do processo e a independência das escolhas.
No final de 2021, o valor de mercado da Vale era robusto, alcançando R$ 332,1 bilhões. Entretanto, na última sexta-feira, esse número desabou para R$ 283,8 bilhões, refletindo não apenas perdas financeiras, mas também uma crise de confiança que a empresa enfrenta.