O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está prestes a realizar movimentações significativas nos altos escalões do governo antes de sua participação na COP28. Em uma reunião agendada para esta segunda-feira (27), Lula pretende discutir com o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre a possível indicação deste para o Supremo Tribunal Federal (STF). Paralelamente, o procurador Paulo Gonet é cogitado para assumir a Procuradoria Geral da República (PGR).
As estratégias delineadas por Lula visam fortalecer sua influência nos órgãos chave do país. A expectativa em torno da indicação de Dino para a Corte e Gonet para a PGR é o centro das atenções. Lula expressou seu desejo durante um encontro com ministros do STF na semana passada, revelando planos concretos de reformulação nos cargos-chave do judiciário e do Ministério Público.
A possibilidade de Dino ocupar a vaga no STF antes ocupada por Rosa Weber está sendo cuidadosamente planejada por Lula, enquanto a discussão sobre a nomeação de uma mulher para a posição permanece em aberto. Simone Tebet, atual ministra do Planejamento e Orçamento, é um nome considerado, mas aliados da ministra afirmam que a discussão não será imediata, pois Dino permanecerá no Ministério da Justiça até a sabatina no Senado, sem data definida.
Além disso, a divisão da pasta em duas – Justiça e Segurança – é debatida pelos defensores de Tebet, ideia que Lula não demonstrou inclinação em apoiar. O presidente busca aconselhamento junto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ao presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Davi Alcolumbre, considerando as sabatinas necessárias para as indicações.
Entretanto, a situação de Jorge Messias, cogitado anteriormente para o STF, se complicou após o voto favorável do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, à PEC que limita poderes dos ministros do STF. Essa movimentação desfavoreceu Messias, abrindo espaço para a conversa entre Lula e Dino agendada para hoje, momentos antes da partida do presidente para a COP28.
As decisões que Lula tomará nas próximas semanas moldarão o cenário político e jurídico do país, influenciando a condução de importantes instituições. Os desdobramentos dessas indicações estratégicas podem definir o rumo da justiça e das políticas públicas no Brasil.