Trump enfrenta sentença em caso de suborno nesta sexta-feira

Decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos abre caminho para audiência crucial dias antes da posse presidencial.

Por RL em Foco em 09/01/2025 às 22:37:06
Imagens da internet

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pode enfrentar nesta sexta-feira (10) a sentença de um caso de suborno relacionado às eleições de 2016. A Suprema Corte rejeitou, na última quinta-feira (9), o pedido de emergência apresentado pela defesa de Trump para adiar o processo, permitindo que o procedimento avance poucos dias antes de sua posse para um segundo mandato, marcada para o próximo dia 20.

A decisão do tribunal foi apertada, com placar de 5 a 4. Enquanto quatro juízes conservadores – Clarence Thomas, Samuel Alito, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh – demonstraram apoio à solicitação de Trump, o presidente da Suprema Corte, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett uniram-se aos três magistrados liberais para negar o pedido.

Trump, que desde o início do processo nega as acusações, afirmou que o caso está longe de ser encerrado. "Vamos recorrer. Esta é uma vergonha. É um juiz que não deveria estar neste caso", declarou o presidente eleito a jornalistas em sua residência em Mar-a-Lago. Apesar das críticas, ele ressaltou respeitar a opinião do tribunal, acreditando que a apelação trará desdobramentos positivos.

A audiência de sentença, conduzida pelo juiz Juan Merchan em Nova York, está prevista para as 9h30 (horário local). Embora as expectativas sejam de que Trump não receba uma pena de prisão, o tribunal enfatizou que as preocupações do presidente eleito poderiam ser avaliadas em eventuais apelações. Segundo o tribunal, o impacto da sentença nas responsabilidades de Trump é considerado "relativamente insubstancial", já que não haverá penalidade imediata.

Trump foi condenado em maio sob a acusação de falsificação de registros comerciais relacionados a um pagamento de US$ 130 mil a Stormy Daniels, atriz de filmes adultos, em troca de seu silêncio sobre um suposto caso extraconjugal às vésperas das eleições de 2016. Apesar de negar qualquer envolvimento com Daniels, Trump enfrenta a batalha judicial como parte de uma série de desafios que marcaram sua trajetória política.

A defesa do presidente eleito argumenta que a condenação deveria ser anulada com base em uma decisão anterior da Suprema Corte, que reconheceu a imunidade de ex-presidentes para atos oficiais realizados durante o mandato. Entretanto, o juiz Merchan decidiu, em dezembro, que as evidências apresentadas pela promotoria de Manhattan não estão relacionadas às atividades presidenciais de Trump.

O promotor de Manhattan, Alvin Bragg, destacou a importância de prosseguir com a sentença, rejeitando o argumento de que a audiência interferiria na transição presidencial. "Há um interesse público convincente em levar adiante este processo. Não há evidências de que a audiência, que deve durar cerca de uma hora, comprometerá as responsabilidades do presidente eleito", afirmou Bragg em documento enviado à Suprema Corte.

Por outro lado, os advogados de Trump alegam que o caso representa uma questão de "importância nacional", argumentando que prosseguir com a sentença poderá prejudicar não apenas a estrutura constitucional, mas também a segurança do país.

A decisão desta sexta-feira poderá representar um ponto de inflexão na relação de Trump com a justiça e com o eleitorado, já que ele se prepara para reassumir a presidência dos Estados Unidos em meio a um clima de incertezas jurídicas e políticas.

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