Uma tragédia marcou o domingo (22) com o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226. O acidente deixou uma jovem de 25 anos morta e pelo menos oito pessoas desaparecidas, incluindo crianças, mulheres e motoristas de caminhão.
O colapso ocorreu no início da tarde e derrubou três carretas, três motocicletas e um carro de passeio no rio Tocantins. A vítima fatal foi identificada como Alana, que estava em uma das motocicletas. Um homem, que estava no carro de passeio, foi resgatado com vida e encontra-se internado em estado estável na cidade de Estreito (MA). No entanto, sua esposa e a filha, que estavam no mesmo veículo, continuam desaparecidas.
Os esforços de resgate enfrentam desafios significativos devido à carga perigosa transportada por um dos caminhões. Segundo a Defesa Civil, um dos veículos transportava ácido sulfúrico, o que obrigou as equipes a interromper temporariamente as operações no domingo. As buscas foram retomadas com cautela, utilizando apenas botes e evitando o mergulho nas águas contaminadas.
A ponte Juscelino Kubitschek, construída nos anos 1960 e com 533 metros de extensão, integra o importante corredor rodoviário Belém-Brasília. Apesar de sua relevância, a estrutura vinha sendo alvo de críticas e denúncias. No sábado (21), um morador local gravou um vídeo alertando para as condições precárias da ponte.
"Já pensou se essa ponte cai? Já pensou o estrago que faz?", questionava o morador no vídeo que circulou nas redes sociais. A gravação foi exibida no programa *Fantástico*, evidenciando os riscos ignorados até o colapso fatal.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que o desabamento foi causado pelo colapso do vão central da ponte, mas as causas exatas ainda serão investigadas. Enquanto isso, a ponte foi completamente interditada, e rotas alternativas foram indicadas para os motoristas.
No Tocantins, as autoridades sugerem que os usuários sigam pela estrada que liga Darcinópolis a Luzinópolis, conectando-se à BR-230/TO. No Maranhão, a recomendação é utilizar a BR-226/MA em Estreito, passando por Porto Franco e continuando pela BR-010 até Imperatriz.
A tragédia trouxe à tona questões sobre a manutenção de infraestruturas críticas no país. Moradores e especialistas apontam que a falta de intervenções preventivas contribuiu para o desfecho fatal. "Uma tragédia anunciada", comentam os que presenciaram o colapso.
As buscas seguem nos próximos dias, com equipes redobrando os cuidados devido à presença de substâncias químicas no local. Enquanto isso, as famílias aguardam respostas e, acima de tudo, esperam por notícias dos desaparecidos.