Morre Roberto Saturnino Braga, ex-senador e ex-prefeito do Rio, aos 93 anos

Figura icônica da política brasileira, Saturnino foi o primeiro prefeito eleito democraticamente do Rio após a ditadura militar e marcou sua trajetória pela defesa da democracia e dos direitos sociais

Por Redação RL em Foco em 03/10/2024 às 15:07:22
Roberto Saturnino Braga - Foto: Reprodução

Roberto Saturnino Braga - Foto: Reprodução

Roberto Saturnino Braga, ex-senador e ex-prefeito do Rio de Janeiro, faleceu nesta quinta-feira (3), aos 93 anos, no Hospital Pró-Cardíaco, onde estava internado devido a uma doença pulmonar obstrutiva crônica. A trajetória política de Saturnino é marcada por sua atuação destacada durante e após o período da ditadura militar, consolidando-se como uma das grandes figuras da história política carioca e brasileira.

Saturnino Braga foi o primeiro prefeito eleito do Rio de Janeiro após a redemocratização do país, governando a cidade entre 1986 e 1988. Durante seu mandato, adotou uma postura focada em políticas públicas voltadas ao social, especialmente em áreas como habitação e urbanização. Sua gestão, embora breve, deixou um legado de compromisso com as populações mais carentes e com a valorização dos espaços públicos.

Antes de assumir a prefeitura, Saturnino teve uma trajetória política extensa. Ele foi eleito deputado federal em 1963, mas teve o mandato cassado pelo regime militar em 1964. Anos depois, foi eleito senador pelo Rio de Janeiro, exercendo dois mandatos (1975-1983 e 1999-2007). Ao longo desses anos, destacou-se por sua defesa intransigente da democracia, das liberdades civis e da justiça social.

Além de sua atuação em cargos eletivos, Saturnino também contribuiu na esfera municipal, ocupando o cargo de Secretário de Desenvolvimento Econômico de Niterói entre 1996 e 1998. Reconhecido por sua seriedade e ética, ele era uma figura admirada por políticos de diferentes espectros ideológicos.

A morte de Saturnino Braga gerou uma série de homenagens de lideranças políticas. O atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, lamentou a perda e destacou que a cidade perde um dos seus mais "dedicados e corretos homens públicos". Sua atuação e legado permanecerão como símbolos de luta pela democracia e pelo povo mais humilde.

O ex-senador deixa uma história marcada pelo idealismo e por uma carreira que atravessou as mais turbulentas fases políticas do país, sempre defendendo as causas populares e os valores democráticos.




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