Na manhã desta quinta-feira (3), o Brasil perdeu uma das vozes mais icônicas e respeitadas de sua história televisiva. Cid Moreira, jornalista, locutor e apresentador, faleceu aos 97 anos, deixando um legado incomparável na comunicação do país. Cid estava internado em Petrópolis, no Rio de Janeiro, tratando de uma pneumonia, e sua partida encerra uma trajetória de quase sete décadas dedicadas ao jornalismo.
Do rádio ao estrelato na TV
Nascido em Taubaté, no interior de São Paulo, Cid Moreira começou sua carreira ainda jovem, trabalhando como locutor de rádio. Em uma época em que a televisão dava seus primeiros passos no Brasil, o então locutor migrou para o meio televisivo e nunca mais deixou de ser referência. Sua voz grave e marcante tornou-se um símbolo de credibilidade e segurança para os brasileiros que o acompanhavam diariamente.
Embora tenha se destacado em diversas emissoras ao longo de sua carreira, foi na Rede Globo que Cid Moreira consolidou sua fama nacional. À frente do Jornal Nacional por 26 anos, ele participou da história do primeiro telejornal transmitido em rede nacional, que se tornou um dos pilares do jornalismo televisivo no Brasil.
"Boa noite" que virou história
Entre suas tantas marcas, o simples "boa noite" de Cid na abertura do Jornal Nacional se transformou em um ícone, levando o público a se sentir próximo do jornalista. Seu tom sereno, mas firme, transmitia segurança mesmo em momentos de crise ou notícias difíceis. Cid não apenas informou gerações, mas também conquistou a confiança e o carinho de milhões de brasileiros.
Mesmo após deixar a bancada do telejornal, Cid Moreira continuou contribuindo para a Globo e a televisão brasileira em outros projetos. Ele passou a narrar reportagens especiais e integrar o time do programa Fantástico. Sua versatilidade também o levou a gravar vinhetas históricas, como a famosa "Jabulani" nas transmissões da Copa do Mundo de 2010, que ficou registrada na memória de todos.
Legado e despedida
Cid Moreira não foi apenas um jornalista. Ele foi uma instituição da comunicação brasileira, acompanhando e narrando os acontecimentos que moldaram o país ao longo de décadas. Sua voz imponente, sua ética profissional e seu carisma singular deixaram um legado que será lembrado por muitos anos.
Em suas redes sociais, onde era muito ativo nos últimos tempos, Cid compartilhava momentos de sua vida pessoal e profissional com humor e afeto. Sua última postagem, uma mensagem de carinho ao humorista Tom Cavalcanti, reflete o espírito de leveza e generosidade que sempre o acompanhou.
Cid Moreira nos deixa, mas sua voz permanecerá ecoando na memória de um país inteiro. A despedida do jornalista é, sem dúvida, o fim de uma era na comunicação brasileira.