Na caminhada rumo aos Jogos Olímpicos de 2028, o atleta Matheus Gilliard Gonçalves Silva, representante da categoria -58kg do Brasil, enfrenta um desafio inicial crucial: sua classificação para os Jogos Pan-Americanos da Juventude de 2025. No entanto, a jornada até esse objetivo tem sido marcada por dificuldades financeiras e falta de apoio, tornando cada conquista ainda mais desafiadora.
Para garantir uma vaga nos Jogos Pan-Americanos da Juventude, será preciso somar pontos em cinco campeonatos do ranking sub-22 da América, uma tarefa árdua que exige não apenas dedicação no tatame, mas também recursos para participar das competições. Apenas um atleta por país, por categoria, consegue a classificação, sendo necessário estar entre os sete melhores da América.
Desvantagem Inicial: Ausência no México
As duas primeiras etapas desse ciclo já ocorreram, no México e no Peru. Infelizmente, por falta de verba, Matheus Gilliard Gonçalves Silva não conseguiu participar da competição mexicana, o que o colocou em desvantagem em relação aos demais atletas brasileiros da sua categoria, já que todos os seus concorrentes conseguiram competir e pontuar. "Fiquei para trás em relação aos brasileiros e aos demais atletas da América", lamenta.
Mesmo com essa ausência, manteve o foco e conseguiu participar da etapa realizada no Peru, onde enfrentou 60 atletas da América em busca de pontos. O resultado foi promissor: ele conquistou a medalha de bronze, se tornando o segundo melhor brasileiro ranqueado, ocupando o 8º lugar geral. Suas vitórias vieram contra adversários de peso: Equador, México, Peru e Argentina. A derrota, por outro lado, veio na semifinal, em um duelo apertado contra outro brasileiro.
O Próximo Desafio: Cuba
Agora, com a etapa cubana marcada para os dias 17 a 20 de outubro, o atleta precisa urgentemente de recursos para garantir sua participação. Sem dinheiro e sem apoio suficiente, ele tem buscado alternativas para viabilizar sua ida a Cuba, como rifas, vendas de doces e refeições. A falta de apoio institucional é uma constante na sua carreira, e mesmo sendo um atleta titular da Seleção Brasileira, ele ainda luta para encontrar formas de financiar seus sonhos.
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Um dos pontos mais frustrantes dessa jornada foi a ausência de contemplação pela bolsa estadual do Rio de Janeiro, apesar do atleta ter todos os critérios para ser beneficiado pela bolsa de nível Nacional A. No ano passado, ele foi contemplado, mas este ano, mesmo com um currículo mais forte, a bolsa não veio. "Não faz sentido eu ter critério para receber uma bolsa de nível internacional federal e não ser contemplado pela estadual", desabafa.
A realidade enfrentada por muitos atletas brasileiros, especialmente em esportes olímpicos, é desafiadora. A incerteza sobre os pagamentos das bolsas, atrasos nos repasses e falta de reconhecimento afetam diretamente a preparação dos atletas. "Nós, atletas, somos vistos e usados apenas depois dos resultados", critica.
A Esperança de Realização
Apesar de todas as adversidades, o atleta segue firme em sua busca pela classificação e acredita que sua história pode inspirar mudanças no apoio ao esporte. "Todos os atletas da minha categoria no Brasil possuem algum tipo de apoio, seja de projetos ou de suas cidades. Espero que isso também se torne realidade para mim!", declara.
Determinado e focado, ele segue buscando não apenas o sonho de se classificar para os Jogos Pan-Americanos da Juventude de 2025, mas também pavimentar seu caminho até os Jogos Olímpicos de 2028. Cada etapa, seja no tatame ou fora dele, é uma batalha por reconhecimento, apoio e, acima de tudo, pela realização de um sonho.