Amazônia registra pior agosto em queimadas desde 2010, revela Inpe

Número de incêndios na região amazônica aumenta 120% em comparação ao ano anterior, com preocupações sobre impacto climático e seca prolongada.

Por RL em Foco em 02/09/2024 às 20:56:41
Imagens da internet

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A Amazônia registrou o pior mês de agosto em termos de queimadas desde 2010, com um total de 38.266 focos de incêndio, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este número representa um aumento alarmante de 120% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 17.373 focos. O último recorde havia sido registrado em 2010, com 45 mil focos de calor.

Desde o início do monitoramento pelo Inpe em junho de 1998, as queimadas têm sido uma preocupação constante, mas os dados recentes destacam um agravamento significativo. Em 2023, até o dia 1º de setembro, a Amazônia já acumulava 65.667 queimadas, mais que o dobro dos 32.145 registros do ano anterior, representando um aumento de 104%.

O mês de setembro, que historicamente é o pico de queimadas na Amazônia, começou de forma preocupante, com 2.478 focos apenas no primeiro dia. A média de queimadas para o mês costuma ser de 32,2 mil, sinalizando que o cenário pode piorar ainda mais.

A área destruída pelo fogo na Amazônia até o dia 27 de agosto deste ano é equivalente a 49,19 mil quilômetros quadrados, superando a área do estado do Rio de Janeiro, que tem 43,69 mil quilômetros quadrados. Este dado sublinha a gravidade da situação, que se estende também a outros biomas brasileiros, como o Pantanal.

O Pantanal, proporcionalmente, é o bioma mais afetado pelo aumento das queimadas. De janeiro a setembro de 2022, foram registrados 408 focos de incêndio; no mesmo período de 2023, esse número saltou para 9.175, um aumento impressionante de 2.148%.

A piora nas queimadas ocorre em um contexto de seca severa, agravada pelo fenômeno El Niño, que impactou o último período chuvoso. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 17 estados brasileiros enfrentam a pior seca em 44 anos, exacerbando a propagação do fogo.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reconheceu a gravidade da situação, mas destacou uma redução de 45,7% no desmatamento na Amazônia no último ano como um avanço importante. Ela também enfatizou as ações que o governo tem implementado, como a contratação de brigadistas e mudanças na legislação para permitir apoio externo no combate aos incêndios.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) também apontou que as mudanças climáticas estão intensificando os incêndios florestais no Brasil e em outros países da América do Sul, com estiagens prolongadas afetando biomas como o Pantanal e a Amazônia.

Com as queimadas em alta e as condições climáticas adversas, o Brasil enfrenta um desafio ambiental significativo, com repercussões globais. As autoridades continuam a monitorar a situação e a implementar medidas para mitigar os impactos dessa crise crescente.

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