Coligação em São Gonçalo do amarante gera tensão interna no PL

A recente aliança política em São Gonçalo do Amarante criou um clima de tensão dentro do Partido Liberal (PL). A deputada estadual Terezinha Maia, contrariando o senador Rogério Marinho, colocou oficialmente o PL na coligação "São Gonçalo Melhor e Mais Feliz", que tem Jaime Calado (PSD) como candidato a prefeito e Flávio Henrique (Solidariedade) como vice.

Rogério Marinho, dirigente do PL no Rio Grande do Norte, havia expressado anteriormente sua oposição à inclusão do partido na coligação liderada por Jaime Calado, devido à história de oposição de Jaime e sua esposa, a senadora Zenaide Maia (PSD), ao governo Bolsonaro até dezembro de 2022. Nos bastidores, Marinho chegou a vetar a possibilidade de um integrante do PL ocupar a vice-prefeitura na chapa de Jaime.

Essa decisão de Terezinha Maia gera questionamentos sobre a postura futura de Rogério Marinho em São Gonçalo do Amarante, o quarto maior colégio eleitoral do estado, com mais de 74 mil eleitores aptos. A deputada Terezinha, viúva do ex-prefeito Paulo Emídio, manteve a aliança histórica de sua família com Jaime Calado.

Em Natal, o Partido Liberal continua dividido. O deputado federal Sargento Gonçalves, quinto mais votado para deputado na capital, declarou apoio a Carlos Eduardo (PSD) para prefeito. Gonçalves justificou sua escolha por alinhamento com os valores da direita e a presença do vice Jacó Jácome (PSD), também evangélico. A família Jácome, por sua vez, fechou apoio a Gonçalves para as eleições de 2026.

Fontes próximas ao ex-senador José Agripino Maia revelaram que o União Brasil está investindo em cidades estratégicas para as eleições de 2024, incluindo Natal, Mossoró, Assú, Lajes e Parnamirim. Verbas do fundo eleitoral já foram liberadas, e espera-se que o fundo especial, a ser distribuído no final de agosto, reforce ainda mais essas campanhas.

O União Brasil conta com 16 vereadores em Mossoró disputando a reeleição. A Justiça Eleitoral estabeleceu um teto de gastos de R$ 502 mil para campanhas de vereadores e R$ 4,3 milhões para campanhas de prefeito em 2024. Mossoró, com quase 200 mil eleitores, terá uma disputa acirrada.

Parnamirim, com 142 mil eleitores aptos, tem um teto de gastos significativamente menor para as eleições em comparação com Mossoró. Os candidatos a prefeito em Parnamirim podem gastar até R$ 1,77 milhão, enquanto em Mossoró o limite é de R$ 4,37 milhões, uma diferença expressiva considerando a diferença de apenas 42 mil eleitores entre as duas cidades.

Com o fim das convenções partidárias se aproximando, o sistema de Divulgação de Candidaturas (CANDex) já registrou candidaturas em 15 dos 167 municípios potiguares. O uso do CANDex, que requer chave de acesso por partidos, federações e coligações, garante maior segurança na efetivação dos registros apresentados à Justiça Eleitoral.

A mais recente pesquisa PoderData, realizada entre 27 e 29 de julho, mostra uma leve recuperação na aprovação do governo Lula. Segundo o levantamento, 47% dos entrevistados aprovam o governo, enquanto 43% desaprovam. Comparando com o governo Bolsonaro, 41% consideram a administração de Lula melhor, 38% pior e 19% não veem diferença. A pesquisa foi conduzida com 2.500 entrevistados em 202 municípios de todas as 27 unidades da Federação, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%.