Mauro Cid é preso por obstrução de Justiça após depoimento

Por RL em Foco em 22/03/2024 às 18:34:29
O STF não informou quais medidas cautelares foram descumpridas por Cid - Geraldo Magela / Agência Senado

O STF não informou quais medidas cautelares foram descumpridas por Cid - Geraldo Magela / Agência Senado

Após participar de uma audiência para confirmar os termos de sua colaboração premiada com a Polícia Federal (PF), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi preso nesta sexta-feira (22) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu devido ao descumprimento de medidas cautelares estabelecidas em seu acordo de delação e pela suposta obstrução do trabalho da Justiça.

Durante a audiência, Cid teve a oportunidade de se explicar sobre áudios divulgados pela revista Veja, nos quais ele critica o ministro do STF Alexandre de Moraes e a própria PF, alegando que estariam direcionando seus depoimentos e induzindo-o a falar sobre situações que ele não pode confirmar.

O STF comunicou oficialmente a prisão de Cid, destacando que o descumprimento das medidas cautelares e a obstrução da Justiça foram os motivos para sua detenção. O ex-ajudante de ordens foi encaminhado ao Instituto Médico Legal após o depoimento, e a PF realizou uma busca e apreensão em sua residência.

Os áudios revelados mostram Cid expressando desconfiança em relação aos procedimentos da PF e do ministro Alexandre de Moraes, sugerindo que estariam com uma "narrativa pronta" e uma "sentença pronta" sobre investigações em andamento. Esses áudios surgiram após Cid ser indiciado pela PF em uma investigação sobre fraudes em cartões de vacina, uma das frentes da investigação envolvendo Bolsonaro e ex-auxiliares.

A postura ambígua de Cid nos bastidores é interpretada como uma tentativa de amenizar sua situação com os militares, ao mesmo tempo em que busca pressionar o STF a divulgar a íntegra de seus depoimentos na colaboração premiada. Esse vazamento dos áudios é visto por investigadores como uma estratégia para tentar anular provas coletadas ao longo das investigações. O desenrolar desse caso continua a ser acompanhado de perto pela opinião pública e pelos meios jurídicos e políticos do país.

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