Uma intensa polêmica toma conta de Cabo Frio após o recebimento de uma vultuosa quantia de R$ 55 milhões do Ministério da Saúde, destacando-se ainda mais com a nomeação de Márcio Lima Sampaio, filho da ministra da Saúde, Nísia Trindade, para a Secretaria da Cultura do município. O episódio, que aconteceu apenas um mês após o expressivo repasse de verbas para a cidade, levanta questionamentos éticos e acende alertas sobre possíveis práticas de nepotismo.
A portaria GM/MS nº 2.169, de dezembro de 2023, destinou uma quantia significativa, totalizando R$ 103 milhões, a 14 municípios, sendo metade desse montante direcionado exclusivamente a Cabo Frio. A nomeação de Márcio Lima Sampaio foi oficializada e divulgada no Diário Oficial de Cabo Frio na última sexta-feira (5).
Diante da crescente polêmica, o Ministério da Saúde negou veementemente qualquer ligação entre o repasse de verbas e a nomeação do filho da ministra. Alega que as demandas por recursos de Cabo Frio foram originadas na administração anterior e atendidas de acordo com critérios técnicos.
A prefeitura de Cabo Frio, por sua vez, justifica a escolha de Márcio Sampaio alegando sua qualificação e envolvimento com a classe cultural. Argumentam que a proximidade de Sampaio com o Ministério da Cultura e a Secretaria da Cultura do Estado do Rio de Janeiro será benéfica para atrair projetos e recursos para a cidade.
O caso, entretanto, levanta sérias dúvidas sobre possíveis práticas de nepotismo, em que familiares de autoridades ocupam cargos públicos. A situação destaca a urgência de transparência e fiscalização na aplicação de recursos públicos, especialmente quando há conexões familiares envolvidas. A investigação sobre o caso está em andamento, e a comunidade aguarda esclarecimentos sobre a relação entre o repasse milionário e a nomeação do filho da ministra para um cargo na prefeitura de Cabo Frio.