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Tragédia em estádio na Guiné deixa 56 mortos e levanta debate sobre segurança em eventos esportivos

Confrontos durante a final de um campeonato local resultam em dezenas de mortos e feridos, trazendo à tona a vulnerabilidade das estruturas esportivas em contextos de grande público.

Atualizado em 02/12/2024 às 01:12, por RL em Foco.

Um tumulto devastador ocorrido no estádio da cidade de Nzérékoré, na República da Guiné, resultou na morte de 56 pessoas e deixou dezenas de feridos durante a final de um campeonato de futebol local. O incidente escancara os riscos associados à falta de controle e infraestrutura em eventos esportivos de grande porte no continente africano e em outras partes do mundo.

O caos começou quando a marcação de um pênalti nos minutos finais da partida gerou insatisfação entre torcedores, que reagiram atirando pedras no campo. Em resposta, a polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo, intensificando o pânico. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram torcedores se amontoando em um desespero coletivo para escapar do local, enquanto outros tentavam escalar os muros do estádio superlotado.

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Entre as vítimas estavam mulheres e crianças, muitas delas no gramado aguardando atendimento médico. O estádio, que já apresentava limitações estruturais, mostrou-se incapaz de suportar a pressão da multidão em pânico.

Em uma declaração à TV nacional, o ministro das Comunicações da Guiné expressou condolências às famílias das vítimas e prometeu uma investigação rigorosa para apurar responsabilidades.

A tragédia na Guiné não é um caso isolado. Infelizmente, eventos similares marcaram a história do futebol.

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  • Indonésia (2022): Um tumulto em Malang deixou 135 mortos e mais de 300 feridos após confrontos no estádio.
  • Egito (2012): Em Porto Saíde, 74 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas em confrontos violentos entre torcedores.
  • Gana (2001): No estádio de Accra, 126 torcedores perderam a vida em um pisoteamento.
  • Peru (1964): A maior tragédia já registrada em um estádio ocorreu em Lima, com 328 mortos durante um amistoso entre Peru e Argentina.

Na Europa, tragédias como a de Bruxelas, em 1985, e Sheffield, em 1989, impulsionaram mudanças significativas na segurança dos estádios. Após os desastres, medidas como a abolição de grades e a obrigatoriedade de assentos numerados foram implementadas, melhorando a organização e reduzindo riscos.

Especialistas afirmam que a modernização das arenas e o foco na experiência dos torcedores são cruciais para evitar tragédias. No Brasil, por exemplo, os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 trouxeram avanços significativos. Além de protocolos de segurança mais rígidos, houve investimentos em infraestrutura que reduziram os riscos de superlotação e tumultos.

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"Com a construção das arenas modernas, o foco passou a ser no torcedor. Esse legado da Copa contribuiu diretamente para a redução de episódios trágicos nos estádios brasileiros", destacou André Mattos, diretor jurídico da CBF.

A tragédia em Nzérékoré reforça a necessidade de uma abordagem global para a segurança em eventos esportivos, especialmente em regiões onde os recursos são limitados. Garantir a integridade dos torcedores e prevenir novas tragédias requer investimento, planejamento e o compromisso das autoridades e organizadores.

Enquanto o futebol segue como paixão mundial, tragédias como esta são um lembrete sombrio de que o esporte deve ser, acima de tudo, um espaço de celebração e não de luto.