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Prisão de Bolsonaro reacende tensão política e deixa 2026 em suspenso

Ex-presidente é detido em Brasília após acusações de tentativa de fuga; decisão de Moraes provoca crise política, racha na direita e incertezas sobre o cenário eleitoral de 2026.

Atualizado em 22/11/2025 às 19:11, por Dinho Cardoso.

Retrato oficial de Jair Bolsonaro como presidente da República — Foto: Alan Santos/PR

Ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro

A manhã deste sábado (22) começou turbulenta em Brasília com a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ordem, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi emitida após a Polícia Federal apontar risco “concreto e iminente” de fuga, o que levou ao fim do regime domiciliar concedido ao ex-presidente desde agosto.

O estopim para a decisão foi a combinação de dois episódios: a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro e a convocação de uma vigília organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente à residência do pai. Para o STF, o movimento poderia provocar tumulto, dificultar a fiscalização das autoridades e até favorecer uma possível evasão.

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A defesa do ex-presidente reagiu imediatamente, classificando a prisão como “perplexa e desproporcional”. Os advogados afirmam que a vigília tinha caráter religioso e que Bolsonaro estava sob monitoramento constante, além de destacarem que seu estado de saúde é delicado e que a detenção representa riscos à sua integridade física.

Apesar das críticas, algumas questões permanecem sem resposta. Bolsonaro admitiu à Polícia Federal ter manipulado a tornozeleira eletrônica, mas sua defesa não explicou a violação identificada no equipamento. O advogado Paulo Cunha Bueno declarou apenas que a tornozeleira teria se tornado uma “narrativa” para justificar a prisão, sem fornecer detalhes adicionais sobre o ocorrido.

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A detenção do ex-presidente provoca um impacto significativo no cenário político nacional. Dentro do PL, o clima é de incerteza, já que Bolsonaro era a principal figura de mobilização da direita e elemento central na estratégia eleitoral para 2026. Caso sua situação jurídica se agrave e sua inelegibilidade seja consolidada, o partido pode enfrentar fragmentação interna, disputas por liderança e enfraquecimento de candidaturas alinhadas ao bolsonarismo.

Ao mesmo tempo, o episódio tende a intensificar a polarização política e fortalecer, entre seus apoiadores, a narrativa de perseguição. Especialistas avaliam que a prisão retira temporariamente Bolsonaro do centro das articulações e abre espaço para novas lideranças disputarem protagonismo dentro da direita, tornando o cenário para as eleições de 2026 ainda mais incerto.

Em Brasília, a percepção é de que a decisão deste sábado não encerra o caso. Pelo contrário, inaugura um novo capítulo, ainda mais tenso e imprevisível, cujos desdobramentos devem influenciar diretamente o futuro político do país.