A cidade do Rio de Janeiro se prepara para enfrentar um dos períodos mais quentes da história. A previsão aponta que as temperaturas podem atingir 42ºC nesta segunda-feira (17), colocando a capital em alerta máximo para os riscos associados ao calor intenso. Caso esse índice seja confirmado, o Rio poderá alcançar o nível 4 de calor (NC4), algo inédito até então.

Nas últimas semanas, os termômetros já vinham registrando temperaturas elevadas. O recorde atual foi registrado em fevereiro de 2023, com 41,8ºC na Estação de Irajá. Em coletiva realizada no domingo (16), o prefeito Eduardo Paes afirmou que os dias mais críticos serão segunda e terça-feira, mas descartou qualquer impacto na programação do Carnaval.

Diante da onda de calor, a Prefeitura anunciou a instalação de pontos de resfriamento, como naves do conhecimento e postos de saúde, para atender a população. Além disso, a Defesa Civil orienta que os cariocas evitem exposição prolongada ao sol e se mantenham hidratados. Trabalhadores expostos ao sol receberão pausas extras para hidratação e proteção contra os impactos das altas temperaturas.

Em outros estados, como São Paulo, a situação também preocupa, com previsão de máxima de 38ºC. O alerta da Defesa Civil recomenda cautela e medidas preventivas para minimizar os riscos à saúde.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o aumento do calor tem provocado uma alta nos casos de desidratação, especialmente entre idosos e crianças. Apenas em janeiro, mais de 3 mil atendimentos foram registrados na rede pública. Dois bebês foram diagnosticados com desidratação, possivelmente devido ao uso excessivo de roupas inadequadas para o calor extremo.

Especialistas recomendam a ingestão adequada de líquidos, uso de protetor solar certificado e a atenção redobrada para evitar queimaduras e problemas de saúde decorrentes do calor. "Pessoas com 60 kg devem beber pelo menos dois litros de água por dia, enquanto aquelas com mais de 100 kg devem ingerir entre três e três litros e meio de água", orientou Soranz.

Dados do Serviço de Mudança Climática Copernicus apontam que janeiro deste ano foi o mais quente já registrado na história, com uma temperatura média global de 13,23ºC. No Rio, 27 dos primeiros 45 dias do ano apresentaram índices de calor acima do NC1, quando a sensação térmica ultrapassa os 36ºC.

O sistema Alerta Rio informa que fevereiro deve ser um dos meses mais secos já registrados, com acumulado de chuva de apenas 0,5 mm até o momento. A tendência de temperaturas elevadas e baixa umidade reforça a necessidade de medidas preventivas para minimizar os impactos do calor extremo na cidade.