O futuro do Estádio Caio Martins, localizado no bairro de Icaraí, Zona Sul de Niterói, tornou-se alvo de uma disputa entre a Prefeitura de Niterói e o Governo do Estado do Rio de Janeiro. A administração municipal propõe a transformação do espaço em um piscinão para mitigar os alagamentos na região, enquanto o estado defende a continuidade das atividades esportivas no local.

A Prefeitura de Niterói anunciou um projeto de macrodrenagem que visa a construção de um reservatório subterrâneo de 80 milhões de litros de capacidade, localizado sob o atual campo do estádio. Com dimensões de 130m x 120m, a estrutura também demandaria a remoção parcial das arquibancadas situadas na Rua Presidente Backer.

Além da função de drenagem, o plano da prefeitura contempla a criação de um parque público no local, oferecendo quadras poliesportivas, academia ao ar livre e espaços de lazer. O projeto, desenvolvido pela Empresa de Infraestrutura e Obras de Niterói (ION), levou seis meses para ser finalizado e, segundo a prefeitura, não impactará a estrutura de imóveis na região. Uma licitação para a contratação da empresa responsável pela obra está prevista para o primeiro semestre deste ano.

Apesar dos planos municipais, o Governo do Estado segue administrando o Estádio Caio Martins e afirma que o espaço continuará em funcionamento como complexo esportivo. Em nota, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer reiterou que o estádio oferece nove modalidades esportivas a aproximadamente 2 mil alunos e que sua gestão permanecerá sob responsabilidade estadual.

"O Estado é o gestor do equipamento e vai permanecer gerindo o espaço. O Governo se coloca à disposição e como parceiro da prefeitura de Niterói para contribuir nas tratativas de melhorias para o local. Até o momento, o que está definido é a cessão temporária do campo para a realização da obra de macrodrenagem, cujo início ainda não tem data prevista", declarou a secretaria.

A Prefeitura de Niterói foi procurada para comentar a posição do governo estadual, mas não respondeu.

O Estádio Caio Martins tem um legado importante para o futebol fluminense. Durante 33 anos, o Botafogo foi o responsável pela gestão do espaço, utilizando-o como centro de treinamento das categorias de base e palco para partidas de futebol feminino. Em 2021, a administração do estádio passou oficialmente para o Governo do Estado, que o incorporou ao Complexo Esportivo sob a gestão da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude.

Com a saída do Botafogo, clubes locais demonstraram interesse em utilizar o estádio para sediar seus jogos, mas a falta de infraestrutura adequada impediu o avanço desses planos.

Agora, com projetos distintos para o futuro do Caio Martins, a cidade de Niterói aguarda a definição sobre o destino de um dos mais tradicionais espaços esportivos da região.