A Polícia Federal revelou nesta segunda-feira (25) que já identificou o destinatário dos áudios nos quais Mauro Cid critica a conduta da corporação e do ministro Alexandre de Moraes no acordo de delação premiada. A informação foi confirmada à RECORD, embora a identidade do interlocutor permaneça em sigilo.

Mauro Cid foi preso na última sexta-feira (22) após prestar depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os áudios. Durante aproximadamente meia hora de interrogatório, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro chegou a desmaiar.

Nas gravações, Cid afirma que Alexandre de Moraes e a PF já decidiram condenar o ex-presidente e seus aliados, e que agora estão apenas buscando confirmar narrativas. Ele alega ter sido coagido pelos policiais durante o processo de delação. Em um trecho dos áudios, Cid relata as pressões que teria sofrido: "Todas as vezes eles falavam: 'Ó, mas a sua colaboração... Ó, a sua colaboração está muito boa'. Ele [o delegado] até falou: 'Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por nove negócios de vacina, nove tentativas de falsificação de vacina. Vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá'. Ele falou assim: 'Só essa brincadeira são 30 anos para você'."

O novo mandado de prisão contra Mauro Cid foi justificado pelo Supremo Tribunal Federal por descumprimento das medidas cautelares e obstrução à Justiça. Enquanto isso, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid divulgou uma nota na quinta-feira (21) negando que ele questione as investigações da Polícia Federal sobre ele, alegando que ele está enfrentando um momento de angústia pessoal devido às apurações em curso.