Uma intensa onda de calor está prevista para atingir diversas regiões do Brasil entre os dias 12 e 21 de fevereiro, trazendo temperaturas extremas e aumentando significativamente os riscos à saúde da população. De acordo com o Núcleo de Climatologia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP), a sensação térmica pode ultrapassar os 70°C em algumas localidades, devido à combinação entre altas temperaturas e elevados índices de umidade relativa do ar.

Sensação térmica: o que é e como é calculada?

Diferente da temperatura registrada nos termômetros, a sensação térmica é um índice que combina temperatura e umidade do ar para indicar o real impacto do calor sobre o corpo humano. Em locais onde a umidade relativa é elevada, a transpiração do corpo não evapora com eficiência, dificultando a regulação térmica e aumentando a sensação de calor.

Para se ter uma ideia do impacto, em março de 2024, a cidade do Rio de Janeiro registrou uma sensação térmica recorde de 62,3°C. Agora, com a nova onda de calor, os especialistas preveem ainda mais intensidade:

* Porto Alegre (RS): temperatura prevista de 39°C, mas com umidade de 95%, podendo gerar sensação térmica de 70°C;

* São Paulo (SP): máximas entre 34°C e 35°C, com umidade em 85%, resultando em sensação térmica de 56°C;

* Rio de Janeiro (RJ): com temperatura de 39°C e umidade de 88%, a sensação pode atingir 66°C.

Os impactos da onda de calor na saúde

Com temperaturas tão elevadas, os riscos à saúde aumentam consideravelmente, principalmente para grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Entre os principais problemas causados pela exposição ao calor extremo estão:

* Desidratação: A perda excessiva de líquidos pode levar a tonturas, fraqueza e, em casos mais graves, a um quadro de desidratação severa.

* Insolação: A exposição prolongada ao sol pode provocar febre alta, confusão mental e até desmaios.

* Agravamento de doenças cardiovasculares: O calor excessivo pode sobrecarregar o coração, aumentando o risco de hipertensão, infartos e AVCs.

* Problemas respiratórios: O ar quente e seco pode agravar condições como asma e bronquite, tornando a respiração mais difícil.

Dicas para se proteger durante a onda de calor

Para minimizar os efeitos negativos das altas temperaturas, é essencial adotar medidas preventivas:

* Hidrate-se bem: beba muita água ao longo do dia, mesmo sem sentir sede. Evite bebidas alcoólicas e com cafeína, pois contribuem para a desidratação.

* Evite exposição ao sol nos horários mais quentes: entre 10h e 16h, a radiação solar é mais intensa. Caso precise sair, use chapéus, óculos escuros e protetor solar.

* Use roupas leves e claras: tecidos leves e de cores claras ajudam a refletir o calor e permitem melhor ventilação do corpo.

* Evite atividades físicas intensas ao ar livre: o esforço físico sob calor extremo pode levar a exaustão térmica e até desmaios.

* Mantenha os ambientes frescos: utilize ventiladores, ar-condicionado ou permaneça em locais ventilados para minimizar os efeitos do calor.

* Cuide dos grupos vulneráveis: idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas precisam de atenção redobrada para evitar complicações de saúde.

Mudanças climáticas e os desafios do futuro

O aumento na frequência e intensidade das ondas de calor está diretamente relacionado às mudanças climáticas. O aquecimento global tem provocado variações extremas no clima, intensificando eventos meteorológicos como secas prolongadas, tempestades e elevação das temperaturas médias. Especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas voltadas à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e para a adaptação da infraestrutura urbana às novas realidades.

A previsão de calor extremo para os próximos dias reforça a importância de seguir as recomendações de segurança e priorizar o bem-estar, evitando exposição desnecessária às altas temperaturas. O cuidado com a saúde e a adoção de hábitos preventivos são essenciais para enfrentar esse período desafiador.