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Nomeação de sobrinho da prefeita de Saquarema reacende debate sobre apadrinhamento político na cidade

Kaio Mellinho, estudante de veterinária com bolsa municipal, recebe salário da Câmara enquanto cursa faculdade em tempo integral; parentesco com a prefeita levanta suspeitas de favorecimento e incompatibilidade funcional.

Atualizado em 18/05/2025 às 12:05, por Redação RL em Foco.

Saquarema (RJ) – Uma nova polêmica política envolve a administração municipal de Saquarema e levanta questionamentos sobre práticas de favorecimento e possíveis conflitos de interesse dentro da gestão da prefeita Lucimar Vidal. Documentos oficiais apontam que Kaio Mello da Costa Coutinho, conhecido como Kaio Mellinho nas redes sociais e sobrinho da prefeita, ocupa um cargo comissionado na Câmara Municipal, com salário de R$ 4 mil, enquanto estuda medicina veterinária em tempo integral com o auxílio de uma bolsa universitária de R$ 1.600 financiada pela própria Prefeitura.

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A nomeação de Kaio consta no Diário Oficial do Município e em registros no portal de transparência da administração pública, o que confirma seu vínculo funcional com a Câmara. Paralelamente, ele é contemplado pelo programa "Conexão Universitária", criado para apoiar financeiramente alunos do município em instituições de ensino superior. O valor da bolsa é depositado diretamente na conta bancária dos beneficiários, conforme apurado pela reportagem.

A questão que provoca incômodo entre parte da população é a possível incompatibilidade entre o exercício de um cargo público com jornada presencial e um curso universitário de tempo integral. Além disso, o parentesco direto com a chefe do Executivo municipal acende o alerta para práticas de nepotismo cruzado ou apadrinhamento político, uma vez que Kaio ocupa um cargo na Câmara, mas é parente da prefeita, que possui forte influência no cenário político local.

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O caso também remete a episódios recentes da política de Saquarema. Antes de ser eleita prefeita, Lucimar Vidal foi secretária municipal de Educação na gestão de Manoela Peres, investigada em uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil que apurava suspeitas de desvio de recursos públicos no programa educacional "Conexão do Futuro". A operação incluiu busca e apreensão na prefeitura e ganhou repercussão nacional.

Embora Lucimar não tenha sido formalmente denunciada, sua ligação direta com os investigados — incluindo Manoela Peres e seu marido — e sua posterior ascensão ao cargo máximo da cidade suscitam dúvidas sobre a continuidade de um grupo político que se mantém no poder por meio de alianças e nomeações estratégicas.

Até o momento, a Prefeitura e a Câmara Municipal de Saquarema não se pronunciaram sobre a compatibilidade da dupla vinculação de Kaio ou sobre os critérios adotados para sua nomeação e concessão da bolsa. O espaço segue aberto para esclarecimentos das autoridades envolvidas.

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Enquanto isso, moradores, opositores e observadores políticos questionam: será este mais um capítulo da perpetuação de um ciclo político baseado em trocas de favores e vínculos familiares? Em Saquarema, o ditado popular parece ecoar nas conversas de rua: "Trocaram as peças, mas o jogo continua o mesmo."