O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência na Califórnia após incêndios florestais de grandes proporções devastarem a região de Los Angeles. A tragédia já causou cinco mortes, milhares de desabrigados e destruiu mais de 1.000 imóveis.

A situação se agravou rapidamente entre terça-feira (7) e quarta-feira (8), com ventos de até 130 km/h espalhando as chamas de forma incontrolável. De acordo com o Departamento de Silvicultura e Proteção contra Incêndios da Califórnia (Cal Fire), mais de 8 mil hectares foram consumidos pelo fogo, deixando cerca de 400 mil residências sem energia elétrica.

O governo Biden mobilizou uma operação de emergência, incluindo o envio de cinco aviões-tanque, 10 helicópteros, dezenas de veículos e recursos financeiros para as áreas afetadas. "A declaração de grande desastre permite que os sobreviventes acessem imediatamente fundos e apoio para sua recuperação", destacou a Casa Branca em comunicado oficial.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, ressaltou a importância da ajuda federal: "Esta medida possibilita a alocação de recursos para os governos locais cobrirem os custos emergenciais. A situação é crítica, e pedimos que todos sigam as orientações das autoridades locais para proteger suas vidas."

O incêndio começou em Pacific Palisades, uma área nobre entre Santa Monica e Malibu, levando ao deslocamento de 70 mil pessoas. Entre os evacuados estão celebridades e moradores de imóveis de luxo. O ator Mark Hamill relatou nas redes sociais que precisou abandonar sua residência, descrevendo o incêndio como "o pior desde 1993".

As colinas de Topanga Canyon, próximas a Pacific Palisades, foram duramente atingidas. Estradas congestionadas dificultaram a evacuação, com muitos abandonando carros para fugir a pé. "As pessoas deixaram os carros na Palisades Drive enquanto o fogo consumia as encostas. Tudo está queimando, até as palmeiras", relatou uma testemunha local.

Imagens dramáticas captadas pela mídia mostraram casas em chamas, veículos abandonados sendo retirados por tratores e aviões bombeiros despejando água retirada do mar para conter o avanço do fogo.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas de condições extremas de incêndio para grande parte do Condado de Los Angeles até quinta-feira (9). As rajadas de vento, combinadas com a vegetação seca, tornaram os focos de incêndio imprevisíveis e difíceis de controlar.

Kristin Crowley, chefe do Corpo de Bombeiros de Los Angeles, revelou que mais de 25.000 pessoas em 10.000 residências estão sob ameaça direta. "O cenário é sem precedentes e altamente imprevisível", disse Robert G. Luna, chefe de polícia da cidade.

Além das perdas humanas e materiais, a crise destaca a vulnerabilidade da Califórnia aos incêndios florestais, mesmo em pleno inverno. Especialistas apontam para a mudança climática como um fator que intensifica eventos extremos como esse.

A reconstrução será um desafio imenso, com esforços coordenados entre governo federal, estadual e local para garantir abrigo aos desabrigados, restaurar infraestruturas e fornecer suporte psicológico às vítimas.

Enquanto isso, as autoridades reforçam um apelo à população: sigam as orientações de evacuação e mantenham-se informados sobre a evolução dos incêndios.