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Fabrício Queiroz é nomeado subsecretário em Saquarema com salário superior a R$ 10 mil

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro ganha cargo na prefeitura após fracassos eleitorais; vínculo com a família Bolsonaro volta a gerar repercussão.

Atualizado em 14/01/2025 às 16:01, por RL em Foco.

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e figura central no caso das "rachadinhas", foi nomeado subsecretário de Segurança e Ordem Pública em Saquarema, cidade no interior do Rio de Janeiro. A nomeação, assinada pela prefeita Lucimar Vidal (PL), foi publicada no Diário Oficial na última segunda-feira (8). O cargo, de natureza comissionada e recém-criado na gestão da prefeita, possui remuneração estimada em mais de R$ 10 mil mensais, embora a transparência municipal enfrente dificuldades para confirmar oficialmente o valor.

De acordo com a prefeitura, o subsecretário terá como atribuições auxiliar na gestão administrativa e na formulação de políticas públicas voltadas à segurança e ordem do município. A meta declarada é garantir ações estratégicas e integração entre as forças de segurança, atendendo às demandas da comunidade local.

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Antes de assumir o novo cargo, Queiroz enfrentou derrotas consecutivas em disputas eleitorais. Em 2024, candidatou-se a vereador em Saquarema, mas obteve apenas 588 votos, ficando como suplente. Dois anos antes, em 2022, tentou conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro como deputado estadual, mas somou pouco mais de 6,7 mil votos.

Diferentemente de 2022, quando não recebeu apoio público da família Bolsonaro, na eleição municipal de 2024, Queiroz contou com um vídeo gravado por Flávio Bolsonaro em sua defesa. No material, o senador afirma que Queiroz foi vítima de perseguição política e elogia sua "resiliência". "Ele está aqui, cabeça erguida e peito aberto, pedindo voto em Saquarema, e eu estou pedindo pra vocês também", declarou Flávio no vídeo.

A gravação foi a primeira manifestação pública de um membro da família Bolsonaro ao lado de Queiroz desde o início das investigações das "rachadinhas" em 2018.

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Queiroz tornou-se conhecido nacionalmente em 2018, após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão em suas contas bancárias. À época, ele era apontado como operador de um esquema de desvio de salários de assessores no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Em 2020, o Ministério Público denunciou Queiroz, Flávio e outros envolvidos por suspeitas de participação no esquema. Entretanto, a defesa de Flávio conseguiu a anulação do processo com base em erros processuais, e o mérito das acusações nunca chegou a ser julgado.

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A nomeação de Queiroz gera controvérsias em Saquarema, especialmente devido ao histórico de acusações e à ligação estreita com a família Bolsonaro. Para aliados da prefeita Lucimar Vidal, a escolha reflete a confiança em sua experiência administrativa e no respaldo político que ele pode trazer. No entanto, críticos questionam se a decisão pode manchar a credibilidade da gestão e impactar negativamente a imagem da administração municipal.

Enquanto isso, o Portal da Transparência de Saquarema continua sendo alvo de reclamações por falta de acesso pleno às informações, o que dificulta acompanhar os gastos públicos, incluindo a remuneração de cargos comissionados como o de Queiroz.

A presença do ex-assessor em um cargo público reabre o debate sobre moralidade na administração pública e a influência política da família Bolsonaro nas prefeituras do interior do Rio de Janeiro.