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Ex-presidente Bolsonaro e aliados são indiciados em inquérito sobre tentativa de golpe de estado

Investigação da Polícia Federal revela articulação criminosa para reverter os resultados das eleições de 2022.

Atualizado em 21/11/2024 às 20:11, por RL em Foco.

A Polícia Federal (PF) finalizou nesta quinta-feira (21) um inquérito que implica o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 36 outras pessoas, entre elas militares, políticos e ex-membros do seu governo, em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório, com mais de 800 páginas, conclui que os indiciados formaram uma organização criminosa com o objetivo de reverter o resultado da eleição de 2022 e manter Bolsonaro no poder.

A investigação está relacionada aos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e formação de organização criminosa. O caso agora será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se a Procuradoria-Geral da República (PGR) formaliza a denúncia e transforma os indiciados em réus.

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Dentre os principais envolvidos no esquema, destacam-se:

  • Jair Bolsonaro: ex-presidente e figura central na organização do golpe;
  • Walter Braga Netto: general da reserva e ex-ministro da Defesa, além de ex-candidato a vice-presidente na chapa derrotada de 2022;
  • Augusto Heleno: general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Alexandre Ramagem: ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Valdemar da Costa Neto: presidente do Partido Liberal (PL), partido de Bolsonaro.

Os indiciados podem enfrentar as seguintes penas, conforme a gravidade dos crimes atribuídos:

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  • Golpe de Estado: de 4 a 12 anos de prisão;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: de 4 a 8 anos de prisão;
  • Integração em organização criminosa: de 3 a 8 anos de prisão.

Durante as investigações, a PF identificou uma estrutura dividida em seis núcleos, cada um com funções específicas para a execução do golpe:

  1. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
  2. Núcleo de Incitação a Militares
  3. Núcleo Jurídico
  4. Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
  5. Núcleo de Inteligência Paralela
  6. Núcleo de Execução de Medidas Coercitivas

A PF baseou sua investigação em diversas técnicas, como:

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  • Quebra de sigilos telemáticos, telefônicos, bancários e fiscais;
  • Colaborações premiadas de envolvidos no caso;
  • Buscas e apreensões de documentos e equipamentos relacionados aos investigados;
  • Análise detalhada de movimentações financeiras e comunicações suspeitas entre os membros da organização.

As evidências coletadas indicam uma ação coordenada entre os envolvidos, com o propósito de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e desestabilizar as instituições democráticas do país.

Além do caso do golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo investigado em outras frentes:

  • O Caso das Joias Sauditas: investigação sobre a suspeita de apropriação indevida de joias recebidas em viagem oficial à Arábia Saudita;
  • Fraude no Cartão de Vacinas: apuração de uma possível falsificação de documentos relacionados ao cartão de vacinas.

Com o relatório da Polícia Federal concluído, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem agora a responsabilidade de formalizar a denúncia junto ao STF. Se a denúncia for aceita, os acusados serão processados, e o caso será julgado pela mais alta corte do país. A conclusão das investigações reforça a importância do papel das autoridades na manutenção do Estado Democrático de Direito e no combate a ações que ameaçam a democracia.