Ex-prefeita de Saquarema é alvo de operação do MPRJ por suspeita de desvios milionários
Manoela Peres e seu ex-marido, Antônio Peres Alves, são investigados por organização criminosa e peculato em contratos que somam R$ 326 milhões
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou, nesta terça-feira (13), a "Operação Conexões", para investigar suspeitas de crimes contra a administração pública em Saquarema, na Região dos Lagos. A ação cumpre 30 mandados de busca e apreensão contra 20 pessoas físicas e 10 empresas. Entre os alvos estão a ex-prefeita Manoela Peres, atual secretária municipal de Governança e Sustentabilidade, e seu ex-marido, Antônio Peres Alves, secretário municipal de Relações Institucionais.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira, os contratos sob investigação ultrapassam R$ 326 milhões, com indícios de sobrepreço já identificados pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). As investigações apuram possíveis crimes de organização criminosa e peculato supostamente praticados durante a gestão de Manoela Peres na Prefeitura de Saquarema.
"Estamos falando de contratos que, juntos, superam R$ 326 milhões, alguns com sobrepreço já constatado pelo Tribunal de Contas do Estado. Onde houver sinais de fraudes e enriquecimento ilícito com recursos públicos, o Ministério Público vai atuar com rigor. É isso que a sociedade espera de nós — e é isso que estamos fazendo", afirmou o procurador-geral.
Em agosto de 2024, a Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento de Manoela do cargo de prefeita, sob acusação de práticas administrativas irregulares. Contudo, ela retornou à função por decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, Manoela ocupa o cargo de secretária municipal de Governança e Sustentabilidade, nomeada pela prefeita Lucimar Vidal no último dia 12 de maio.
Durante sua gestão, Manoela teria firmado contratos com empresas ligadas a familiares e aliados políticos, muitas vezes sem concorrência e com indícios de superfaturamento. Um dos principais alvos da investigação é o Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Inovação (IDPI), que venceu uma licitação milionária como única participante e tem vínculos com parentes da ex-prefeita.
A operação contou com promotores de Justiça, agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e oficiais de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo principal é reunir provas que possam embasar uma denúncia formal e responsabilização judicial dos envolvidos.
Até o momento, a Prefeitura de Saquarema não se pronunciou sobre o caso. As defesas de Manoela Peres e Antônio Peres Alves também não se manifestaram.









