O caso de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), revela uma trama digital repleta de mistérios e questionamentos. A Abin alega ter registrado a devolução de equipamentos após a exoneração de Ramagem, mas a recente apreensão pela Polícia Federal levanta dúvidas sobre como esses dispositivos permaneceram em posse do deputado.

A agência está empenhada em apurar a origem dos equipamentos e como eles permaneceram com Ramagem, desencadeando uma investigação interna para esclarecer a responsabilidade sobre o notebook e o celular confiscados. O próprio deputado admite ter em sua posse computadores e telefones da Abin, afirmando que não os utiliza há mais de três anos.

A saga se aprofunda com a descoberta de 20 pen drives apreendidos pela PF junto a Ramagem, cuja propriedade e conteúdo ainda são desconhecidos. A Abin destaca a sensibilidade desses dispositivos, contendo senhas de acesso a sistemas internos, mesmo garantindo que o bloqueio das senhas neutralizaria tentativas de utilização.

Além disso, surgem questionamentos sobre e-mails da "Abin paralela" ainda presentes nos sistemas internos da agência, incluindo mensagens de Marcelo Bormevet e Luiz Felipe de Barros Félix, alvos da Operação Vigilância Máxima. Bormevet é apontado como responsável por ordens controversas durante a pandemia, enquanto Félix teria seguido o personal trainer do filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, envolto em suspeitas.

A Abin, perplexa com a persistência desses e-mails, garante o bloqueio de todas as contas de Ramagem e demais agentes após suas exonerações. No entanto, o estranhamento surge devido à permanência incomum dos e-mails de outros colegas no sistema, desafiando os padrões de desativação de contas.

Neste labirinto digital, a busca por respostas continua, prometendo revelações surpreendentes sobre os segredos e contradições que envolvem a saída de Ramagem da Abin.