WASHINGTON — Elon Musk não faz mais parte do governo de Donald Trump. Na noite desta quarta-feira (28), a Casa Branca confirmou a saída do bilionário, que ocupava desde janeiro o cargo de Conselheiro Especial e Líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), uma iniciativa criada para cortar gastos e reduzir a burocracia federal.

A saída de Musk coincide com o fim do período de 130 dias previsto para sua função como funcionário especial do governo. Apesar disso, fontes próximas indicam que o desligamento foi voluntário e não precedido de conversa direta com Trump. Em sua conta na rede social X, Musk agradeceu ao presidente pela oportunidade e desejou sucesso contínuo ao DOGE.

Durante sua gestão, Musk promoveu cortes agressivos, incluindo a demissão de dezenas de milhares de servidores e o encerramento de contratos federais. Inicialmente, prometeu economizar US$ 2 trilhões, mas posteriormente revisou a meta para US$ 150 bilhões até o fim do ano fiscal de 2026. No entanto, auditorias independentes questionaram a veracidade de parte dessas economias, apontando inconsistências nos relatórios apresentados pelo DOGE.

A relação entre Musk e o governo Trump deteriorou-se após a aprovação de um novo pacote orçamentário que, segundo o empresário, contradiz os objetivos do DOGE ao aumentar significativamente o déficit federal. Musk expressou publicamente sua decepção com a medida, criticando o que chamou de "gastos insanos" e alegando que suas iniciativas estavam sendo injustamente responsabilizadas por problemas estruturais do governo.

Com a saída de Musk, o comando do DOGE passa para Amy Gleason, que já atuava como administradora de fato do departamento. A Casa Branca reafirmou o compromisso com a continuidade das reformas propostas pelo DOGE, apesar das controvérsias e desafios enfrentados até o momento.

Analistas políticos observam que a experiência de Musk no governo evidencia as dificuldades de aplicar modelos de gestão empresarial ao setor público, especialmente diante de resistências institucionais e complexidades burocráticas. Sua passagem pelo DOGE é vista por muitos como um experimento audacioso, porém limitado em seus resultados práticos.

Com a saída do governo, Musk deve concentrar-se novamente em suas empresas, como Tesla e SpaceX, que enfrentam desafios significativos no mercado. Apesar das críticas, o empresário afirmou que continuará apoiando, de forma informal, iniciativas voltadas à eficiência governamental.