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Brasileiros na Islândia destacam benefícios de jornada de trabalho reduzida: "Parei de só ver a vida passar"

Com semanas de apenas 36 horas, trabalhadores relatam aumento na qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional no país nórdico.

Atualizado em 26/11/2024 às 11:11, por Redação RL em Foco.

Na Islândia, um dos países mais avançados em políticas de bem-estar trabalhista, a jornada de trabalho reduzida se tornou realidade para grande parte da população. Desde 2015, quando o país começou a testar a redução de horas semanais sem cortes salariais, os resultados têm sido considerados um marco para o futuro do trabalho.

Hoje, cerca de 86% dos trabalhadores islandeses, tanto do setor público quanto do privado, seguem uma carga horária de até 36 horas por semana, segundo estudo do instituto britânico The Autonomy. A produtividade manteve-se estável ou até melhorou em muitos setores, enquanto o bem-estar dos trabalhadores aumentou significativamente, com menos estresse e mais tempo para atividades pessoais.

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Essa experiência de vida transformadora é confirmada por brasileiros que residem na Islândia. Pietro Pirani, que trabalha em uma agência de publicidade no país, celebra a possibilidade de aproveitar mais os dias úteis. "No Brasil, eu via a vida passando durante a semana e, no fim de semana, tinha que escolher entre descansar ou fazer algo. Aqui, consigo fazer coisas mesmo durante a semana, depois do trabalho. Eu parei de só ver a vida passar", relata Pietro, que vive no país há dois anos.

A flexibilização permite diferentes formatos de jornada, como semanas com quatro dias e horários reduzidos na sexta-feira ou a distribuição de pouco mais de sete horas por dia ao longo da semana. Essa abordagem garante maior liberdade para os trabalhadores organizarem suas rotinas.

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Miriam Guerra Massom, outra brasileira, vive há 21 anos na Islândia e participou do experimento pioneiro enquanto trabalhava no Departamento de Imigração. Ela recorda as mudanças no ambiente profissional. "O serviço diminuiu de 40 para 36 horas por semana. Na sexta-feira, o atendimento ao público passou a fechar mais cedo. Em outros setores, não era algo rígido, nós decidíamos com antecedência quando sair mais cedo", explica.

O projeto, inicialmente voltado ao setor público, logo inspirou negociações coletivas no setor privado, consolidando a jornada reduzida como um direito para a maioria dos trabalhadores do país.

Além de melhorar a produtividade, a mudança ajudou a combater a sensação de exaustão generalizada. "A ideia de equilibrar melhor a vida pessoal e profissional é algo que realmente transformou a rotina aqui", reforça Pietro.

A jornada de 36 horas semanais da Islândia tem sido um exemplo global de como priorizar o bem-estar do trabalhador pode trazer benefícios tanto para os indivíduos quanto para a economia.