Após um intenso julgamento no Rio de Janeiro, o bicheiro José Caruzzo Escafura, conhecido como Piruinha, foi inocentado das acusações de ser o mandante do assassinato do comerciante de carros Natalino José do Nascimento Espínola. A decisão, que também absolveu a filha de Piruinha, Monalizza Neves Escafura, e o policial militar Jeckson Lima Pereira, revogou as prisões preventivas dos acusados e derrubou as medidas cautelares impostas.

O crime ocorreu em julho de 2021, na Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e foi apontado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como motivado por uma dívida de R$ 500 mil. No entanto, durante o julgamento, o promotor do caso sugeriu a absolvição dos réus, alegando falta de provas do envolvimento deles no crime.

Piruinha, que aos 94 anos participou do julgamento por videoconferência de uma cama hospitalar, não foi interrogado. Sua defesa negou veementemente seu envolvimento no assassinato, criticando a falta de investigação policial no caso. O policial militar Jeckson Lima Pereira também negou sua participação no crime, enquanto a defesa de Monalizza Neves Escafura refutou qualquer ligação dela com o assassinato.

O bicheiro Piruinha, figura conhecida no mundo do jogo do bicho, teve uma trajetória marcada por polêmicas e envolvimento em atividades ilegais. Apesar de não ter tanta visibilidade quanto outros bicheiros, Piruinha exercia influência em diversas regiões do Rio de Janeiro, principalmente nas décadas de 1970 e 1980.

O caso, que envolveu acusações de assassinato, reflete as complexas relações entre o jogo do bicho e a criminalidade no Rio de Janeiro, ressaltando os desafios enfrentados pelas autoridades na investigação e punição de crimes relacionados a essa atividade ilegal.

Apesar da absolvição dos réus, o caso permanece como um exemplo das tensões e rivalidades presentes no submundo do crime organizado carioca.