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Alckmin defende mudança no cálculo da inflação e cita modelo dos EUA

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), sugeriu a exclusão dos preços de alimentos e energia do cálculo da inflação no Brasil. A proposta foi apresentada nesta segunda-feira (24), durante um seminário promovido pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo, no qual Alckmin participou por videoconferência.

Atualizado em 24/03/2025 às 23:03, por RL em Foco.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), sugeriu a exclusão dos preços de alimentos e energia do cálculo da inflação no Brasil. A proposta foi apresentada nesta segunda-feira (24), durante um seminário promovido pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo, no qual Alckmin participou por videoconferência.

Segundo o vice-presidente, a mudança seguiria o modelo adotado nos Estados Unidos, onde o índice inflacionário desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e combustíveis, para evitar distorções na política monetária.

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Alckmin justificou sua posição apontando que fatores climáticos e geopolíticos exercem forte influência sobre os preços desses produtos. "Nos EUA, o cálculo da inflação exclui alimentos, pois a variação de preços está muito atrelada ao clima. Se há uma seca severa, o preço sobe, e aumentar os juros não fará chover", argumentou.

Ele também mencionou a questão dos combustíveis. "O mesmo acontece com o barril de petróleo, cujo preço é afetado por conflitos internacionais e decisões de grandes produtores. A política monetária não tem influência direta nesses fatores", acrescentou.

O vice-presidente alertou ainda para o impacto da elevação da taxa Selic na dívida pública brasileira. "Cada ponto percentual da Selic gera um impacto de R$ 48 bilhões na dívida do país", destacou.

A proposta de Alckmin surge em um momento de alta preocupação com a inflação e os juros no Brasil. Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic para 14,25% ao ano, o maior patamar dos últimos 10 anos. A taxa é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para conter a inflação.

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De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (24), a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 é de 5,65%, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

O tema segue em debate entre economistas e autoridades, enquanto o Banco Central avalia alternativas para equilibrar o controle da inflação e o impacto das taxas de juros na economia nacional.