São Gonçalo, RJ – A Polícia Civil do Rio de Janeiro está apurando uma denúncia de agressão a um bebê de 10 meses, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. A principal suspeita é a babá que cuidava da criança. O caso, que teria ocorrido em 10 de setembro, veio à tona dois dias depois, quando os pais notaram uma marca vermelha nas costas do filho. O episódio causou revolta, principalmente após os responsáveis receberem áudios nos quais a mulher admite ter agredido o bebê.
De acordo com os pais, o bebê estava aos cuidados da babá, vizinha da família no bairro Porto Novo, desde a manhã do dia 10. Quando retornaram à noite para buscar o filho, perceberam uma marca vermelha nas costas da criança. Ao serem questionados, a babá justificou que o ferimento teria ocorrido durante uma brincadeira com crianças mais velhas, também sob sua supervisão.
Alexandre de Oliveira, pai da criança, relata que inicialmente confiou na explicação da babá, já que ela era conhecida e bem recomendada no bairro. "Quando vimos a marca, ela disse que foi porque ele estava brincando com outras crianças. Acreditamos na história, até porque ela sempre teve uma boa reputação aqui", afirmou Alexandre, de 28 anos, em entrevista.
A situação começou a mudar dias depois, quando a esposa de Alexandre recebeu uma ligação de um parente alertando sobre áudios que circulavam, nos quais a babá confessava ter agredido o bebê. "Minha prima ligou dizendo que havia vazado uns áudios dela admitindo a agressão. No começo, não acreditamos, pois conhecemos ela há muito tempo, mas, ao ouvir as gravações, tudo começou a fazer sentido", desabafou o pai.
Nos áudios obtidos pela família, a babá, em uma conversa com outra pessoa, detalha a agressão, que teria ocorrido após o bebê vomitar. "Arrumei toda a casa e esse demônio vomitou tudo. Fiquei tão irritada que dei umas porradas nele. Depois, dei um banho na pia da cozinha com detergente e tranquei ele no quarto. Ele chorou tanto!", revela a suspeita na gravação.
Em outro trecho, ela afirma ter dado um soco nas costas da criança e que, se o bebê não estivesse usando blusa, a marca ficaria visível. Diante dessas evidências, os pais decidiram procurar a 73ª Delegacia de Polícia (Neves) e denunciar o ocorrido.
Após o registro da denúncia, a Polícia Civil orientou a família a levar o bebê ao Pronto-Socorro Infantil para a realização de exames, antes que as marcas da agressão desaparecessem. Segundo Alexandre, a Polícia já esteve na vizinhança para localizar a babá, mas ela não foi encontrada em seu antigo endereço. "Fizemos o boletim de ocorrência e o exame médico. Agora, a Polícia está tentando localizá-la, mas parece que ela fugiu", explicou.
Embora o laudo inicial de exame de corpo de delito não tenha constatado lesões graves, a Polícia Civil continua com as investigações. Em nota oficial, a instituição afirmou que irá analisar o boletim médico e realizar novas diligências para esclarecer o caso.
Enquanto as buscas pela suspeita prosseguem, a comunidade do bairro Porto Novo, onde a babá era vista como uma profissional confiável, permanece chocada com as revelações. "Ela sempre foi muito elogiada, nunca desconfiamos de nada", lamentou Alexandre, ainda perplexo com a situação.
A agressão a crianças é um crime grave, e o caso levanta um alerta para os cuidados com quem deixamos nossos filhos. A investigação está em andamento, e a Polícia Civil solicita que qualquer informação sobre o paradeiro da suspeita seja comunicada às autoridades.