Um membro da Marinha dos Estados Unidos foi preso por autoridades venezuelanas, conforme relataram fontes do governo americano em condição de anonimato. O militar, cuja identidade não foi revelada, teria viajado ao país sem a devida autorização de seus superiores, o que culminou na sua detenção em solo venezuelano no final de agosto.
O caso veio à tona por meio de informações divulgadas pelas agências Reuters e Associated Press, e foi confirmado pelo porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby. Segundo Kirby, o governo dos Estados Unidos está buscando mais detalhes junto às autoridades venezuelanas. "Estamos, obviamente, em contato com as autoridades venezuelanas para tentar obter mais informações sobre a situação", afirmou o porta-voz.
Até o momento, o governo da Venezuela não emitiu nenhum comunicado oficial sobre a prisão. O Departamento de Estado dos EUA, por sua vez, informou que acompanha o caso de perto, mas não revelou mais detalhes sobre o motivo da presença do militar no país sul-americano.
A detenção do militar ocorre em um momento de crescente tensão entre os dois países. Um dia antes da prisão, os Estados Unidos confiscaram uma aeronave utilizada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante uma operação na República Dominicana. Segundo o governo americano, a compra do avião teria sido feita por meio de uma empresa fantasma, em violação às sanções impostas contra o governo da Venezuela. Em resposta, Maduro classificou o ato como "pirataria internacional".
O caso reaviva as tensões diplomáticas entre EUA e Venezuela, que se intensificaram após as eleições presidenciais de julho na Venezuela. Na ocasião, Nicolás Maduro se declarou vitorioso, mas enfrentou críticas por não ter divulgado as atas
Essa não é a primeira vez que um militar americano enfrenta problemas por viajar para um país adversário sem autorização. No início deste ano, um soldado do Exército dos EUA foi detido na Rússia após viajar ao país para visitar sua namorada, também sem o consentimento de seus superiores. A situação ainda está em fase de negociação diplomática entre as nações envolvidas.
O governo dos EUA segue monitorando de perto o desenrolar da prisão do militar na Venezuela, em meio às já delicadas relações entre as duas nações.