Adolescente é agredido por Policial Militar Reformado em praça pública de Cabo Frio

Um adolescente de 16 anos foi violentamente agredido por um policial militar reformado em uma praça no bairro Parque Burle, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (5). O caso, que gerou revolta nas redes sociais, foi registrado por testemunhas que estavam no local e mostrou o jovem suplicando por sua segurança enquanto o agressor mantinha os ataques.

De acordo com depoimentos, o policial se irritou após alegar que o jovem o encarava de maneira desrespeitosa. Sem que o adolescente reagisse, o homem o agrediu com socos, tapas e chutes, enquanto a vítima pedia desculpas e implorava para que a violência cessasse. "Por favor, para!", suplicou o jovem, em um dos vídeos divulgados.

A situação se agravou quando amigos da vítima tentaram intervir, mas o policial sacou uma arma, ameaçando o grupo. Segundo a vítima, a confusão começou quando ele foi repreendido pelo policial por estar com um cigarro de maconha na orelha. Embora tenha acatado a ordem de se livrar do cigarro, o adolescente afirmou que o homem continuou as agressões sem motivo adicional.

A mãe do adolescente, Joyce Macedo da Silva, pediu justiça, demonstrando indignação e dor pelo ocorrido. "O que meu filho passou eu não desejo para ninguém. Ninguém tem o direito de fazer isso com o filho dos outros", desabafou. Ela ressaltou que, apesar das ameaças, não tem medo do agressor e que confia na justiça.

A Polícia Militar confirmou que o agressor é um policial reformado por tempo de serviço. A corporação afirmou que não foi acionada no momento do incidente, mas, ao tomar conhecimento da situação, enviou uma viatura ao local. O homem alegou que os jovens estavam fazendo "baderna" na quadra da praça. A Corregedoria-Geral da PM instaurou um procedimento para investigar a conduta do policial reformado.

A Prefeitura de Cabo Frio, através das secretarias de Assistência Social e de Criança e Adolescente, além da Coordenadoria de Direitos Humanos, emitiu uma nota de repúdio sobre o caso. O município destacou a gravidade da violência contra um adolescente, afirmando que a cena foi "revoltante" e causou "revitimização" ao jovem agredido.

"A proporção da medida empregada é completamente absurda", dizia o comunicado, ressaltando que o adolescente, como sujeito de direito, deve ter sua cidadania respeitada.

O adolescente passará por exame de corpo de delito para constatar as agressões sofridas. As autoridades aguardam o depoimento do suspeito e prometem investigar o caso com rigor.

O caso gerou grande comoção nas redes sociais, com internautas pedindo a responsabilização imediata do agressor. O ato foi amplamente criticado, especialmente pelo uso excessivo de violência e pela tentativa de intimidação com o uso de arma de fogo.

Organizações de defesa dos direitos humanos também se manifestaram, condenando o ocorrido e cobrando respostas das autoridades competentes para que situações como essa não se repitam.