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Incêndio

Incêndios no Brasil intensificam problemas respiratórios e pressionam sistema de saúde

País enfrenta grave crise ambiental, com queimadas equivalentes ao território de Roraima; impacto já afeta saúde da população


Imagens da internet

O Brasil registrou, até o final de agosto, uma devastação ambiental sem precedentes: 224 mil km² de território queimado, o equivalente à área do estado de Roraima. Somente no mês de agosto, quase metade dessa área foi consumida pelo fogo. Além dos danos à flora e fauna, os incêndios já estão repercutindo de maneira alarmante na saúde pública, com aumento expressivo de casos de problemas respiratórios em diversas regiões do país.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, os efeitos da poluição e da fumaça são sentidos de forma clara. Kleber, um bebê de apenas um mês de vida, está internado com bronquiolite, uma inflamação pulmonar severa. Sua mãe, Alice Motondo Sanda, relata que os primeiros sinais da doença surgiram logo após a chegada da fumaça intensa à região.

"Quando fizeram o raio-x, o doutor descobriu que ele estava com bronquiolite. Fiquei muito assustada, imaginar um bebê passando por isso é desesperador", disse Alice, preocupada com a saúde do filho.

Infelizmente, Kleber está longe de ser um caso isolado. No Hospital Infantil Menino Jesus, um dos maiores hospitais pediátricos públicos de São Paulo, o número de atendimentos quase dobrou nos últimos dias. Em condições normais, cerca de 120 crianças são atendidas diariamente. Com a piora da qualidade do ar, esse número já ultrapassa 200 atendimentos diários.

O superintendente-médico do hospital, Antônio Madeira, destacou que a poluição é um dos principais fatores para esse aumento expressivo nas consultas. "A poluição agride o revestimento do sistema respiratório, facilitando o surgimento de infecções, sejam elas causadas por vírus ou bactérias", explicou o médico.

A poluição atmosférica é composta por partículas de diferentes tamanhos. Enquanto as partículas maiores irritam o nariz e a garganta, as menores e os gases tóxicos conseguem penetrar profundamente nos pulmões, chegando até a corrente sanguínea, onde se espalham e causam danos a diversos órgãos.

Segundo Fernando Oliveira, infectologista do Hospital São Luiz, os efeitos da poluição vão além do sistema respiratório. "A poluição pode atingir o coração, o cérebro, e até órgãos como os rins e o fígado. Essa inflamação pode se tornar crônica e agravar doenças já existentes ou mesmo provocar novas complicações em indivíduos saudáveis", alertou o especialista.

O cenário não é diferente nos hospitais da rede privada, onde o número de atendimentos também cresceu significativamente. Evelyn Okoda, gerente-executiva e pessoa sem histórico prévio de problemas respiratórios, começou a se sentir mal nos últimos dias, principalmente ao caminhar pelas ruas da cidade. Nesta quinta-feira (12), ela precisou buscar atendimento médico.

"Desde segunda-feira, venho sentindo muita falta de ar, o que acabou me deixando tonta em alguns momentos", relatou Evelyn.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a poluição do ar seja responsável por cerca de 7 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Especialistas já apontam para uma possível redução na expectativa de vida devido à exposição contínua a esses poluentes.

O alerta é claro: a saúde da população está intimamente ligada à preservação do meio ambiente. A busca por soluções para conter o avanço das queimadas e melhorar a qualidade do ar é essencial para garantir um futuro mais saudável para todos.


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