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Queimadas

Queimadas no Brasil dobram em 2024 e atingem recorde de destruição


Leopoldo Silva - Agência/Senado

O Brasil enfrenta um alerta vermelho em relação às queimadas, com dados alarmantes que destacam a vulnerabilidade de seus biomas e a intensificação das atividades humanas. Em 2024, a área queimada no país praticamente dobrou em relação ao ano anterior, segundo o MapBiomas. O estudo revelou um total de 29,7 milhões de hectares consumidos pelo fogo entre janeiro e novembro, o que representa um aumento de 90% em comparação a 2023 — o maior índice registrado nos últimos seis anos.

A Amazônia se destacou como o bioma mais afetado, com 7,6 milhões de hectares queimados, seguida de perto pelo Cerrado, onde o fogo devastou 9,6 milhões de hectares. No Pantanal, foram 1,9 milhão de hectares atingidos, enquanto a Mata Atlântica registrou 1 milhão de hectares queimados. A situação também foi preocupante na Caatinga e no Pampa, com perdas de 297 mil e 3,3 mil hectares, respectivamente.

O estado do Pará liderou o ranking nacional de queimadas, concentrando 23% de toda a área queimada no país. Mato Grosso e Tocantins aparecem na sequência, com 6,8 milhões e 2,7 milhões de hectares queimados, respectivamente. O impacto foi mais severo sobre a vegetação nativa, que representou 73% do total consumido pelas chamas. Em novembro, o cenário foi ainda mais grave, com a Amazônia concentrando 81% da área queimada do mês. Os 1,8 milhão de hectares destruídos naquele mês equivalem ao dobro da média registrada nos últimos seis anos.

Felipe Martenexen, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), destacou a influência das condições climáticas adversas e da pressão humana como fatores determinantes para o aumento das queimadas. "A seca prolongada que começou em 2023 e se estendeu por 2024 potencializou a vulnerabilidade das florestas. Além disso, o desmatamento e a intensificação das atividades humanas seguem ampliando os riscos", afirmou.

Apesar dos números preocupantes, o Ministério do Meio Ambiente ainda não se posicionou sobre as ações para conter o avanço das queimadas. A ausência de respostas oficiais reforça a necessidade de uma discussão mais ampla sobre as medidas de proteção ambiental e a urgência de soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas e das atividades humanas descontroladas.

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