EUA confiscam avião presidencial de Nicolás Maduro sob alegação de violação de sanções

Em um movimento que sinaliza a escalada das tensões entre Estados Unidos e Venezuela, as autoridades norte-americanas anunciaram a apreensão do avião presidencial de Nicolás Maduro, que estava estacionado na República Dominicana. O presidente venezuelano, no entanto, não estava a bordo no momento da operação.

A administração dos EUA justificou a ação alegando que a aquisição da aeronave teria violado as sanções impostas contra Maduro, além de outras alegações criminais que não foram detalhadas. O avião, que desempenhava o papel de "Air Force One" para Maduro, foi levado para a Flórida, onde permanecerá sob custódia das autoridades americanas.

Um dos responsáveis pela operação, em entrevista exclusiva à CNN, afirmou: "A apreensão do avião de um chefe de Estado estrangeiro é um marco em matéria penal. Estamos enviando uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei e que as sanções americanas têm alcance global."

O governo venezuelano, até o momento, não emitiu uma declaração oficial sobre o incidente.

Essa ação segue um padrão recente de confisco de bens venezuelanos por parte dos Estados Unidos. No início deste ano, um avião da Emtrasur, companhia aérea estatal da Venezuela, foi confiscado sob circunstâncias semelhantes e também levado para a Flórida. O episódio anterior envolveu a apreensão do avião no aeroporto de Ezeiza, na Argentina, em junho de 2022, sendo transferido para solo americano em fevereiro deste ano.

Além das aeronaves, o governo venezuelano já enfrentou outras perdas significativas devido a medidas ocidentais. Um exemplo notório é o bloqueio de 31 toneladas de ouro venezuelano armazenadas no Banco da Inglaterra, avaliadas em cerca de US$ 2 bilhões. Esse ouro foi em parte entregue a Juan Guaidó, líder opositor que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, com apoio de várias nações ocidentais.

Essa série de ações reflete a contínua disputa entre os Estados Unidos e o governo de Nicolás Maduro, que se intensifica à medida que Washington busca pressionar Caracas em várias frentes. A apreensão do avião presidencial representa um novo capítulo na longa e conturbada relação entre os dois países.