X (antigo Twitter) encerra operações no Brasil após confronto com o STF: Moraes é apontado como responsável

A plataforma X, antiga Twitter, anunciou o fechamento de seu escritório no Brasil, em uma decisão drástica atribuída a conflitos com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O anúncio veio após uma sequência de desentendimentos entre a rede social, de propriedade de Elon Musk, e as ordens judiciais brasileiras, especialmente em relação ao bloqueio de perfis específicos, como o do senador Marcos do Val (Podemos-ES).

A decisão de encerrar as atividades físicas no Brasil veio à tona depois que a empresa divulgou, em sua própria rede, uma decisão sigilosa de Moraes que determinava o bloqueio de sete contas. Segundo a plataforma, o ministro teria ameaçado prender o representante legal da empresa no país caso as ordens não fossem cumpridas.

O conflito escalou quando Moraes aumentou as multas impostas à empresa por não seguir suas determinações. Inicialmente fixada em R$ 50 mil por dia, a penalidade subiu para R$ 200 mil diários por perfil não bloqueado, resultando em uma dívida acumulada de R$ 300 mil. A determinação incluía a exclusão de perfis como o do senador Marcos do Val, mas, segundo a X, a plataforma enfrentou dificuldades em acatar a ordem judicial, levando ao aumento das tensões.

Em resposta à ordem judicial, a empresa publicou uma declaração em tom contundente, criticando Moraes por suas ações, as quais classificaram como incompatíveis com os princípios democráticos. "Na noite passada, Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura", afirmou a empresa em uma publicação.

Embora o escritório tenha sido fechado, a plataforma X continuará disponível para os usuários brasileiros. A empresa justificou o encerramento das operações como uma medida para proteger a integridade de sua equipe no país. "Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão", afirmou a empresa, enfatizando que a responsabilidade recai exclusivamente sobre o ministro Moraes.

Em uma nota contundente, a empresa questionou a compatibilidade das ações do ministro com a democracia brasileira e desafiou o público a refletir sobre o futuro do país. "O povo brasileiro tem uma escolha a fazer - democracia ou Alexandre de Moraes", concluiu a X.

A tensão entre a rede social e o STF levanta questões sobre o equilíbrio entre liberdade de expressão e a responsabilidade das plataformas em cumprir as leis locais. O fechamento do escritório da X é uma medida incomum e reflete a gravidade da situação. Mesmo assim, a manutenção do serviço indica que a empresa ainda busca seguir operando no Brasil, apesar do conflito com o Judiciário.

As investigações e desdobramentos legais devem continuar a repercutir nos próximos dias, à medida que o Brasil se encontra em um debate sobre o papel das plataformas digitais e a regulação de conteúdos em um cenário político cada vez mais polarizado.